Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O Senado paraguaio, que assumiu nessa quinta-feira o papel de um tribunal político, decide na tarde de hoje (22) o futuro do presidente Fernando Lugo. A partir do meio-dia, Lugo terá duas horas para apresentar sua defesa e, às 16h30 (hora local, 15h30 em Brasília), os senadores vão se pronunciar sobre o processo de impeachment do presidente.
A maioria dos deputados paraguaios acusa o presidente Fernando Lugo de promover conflitos entre ricos e pobres e invasões de propriedades particulares no país. A acusação é um dos argumentos usados pela comissão, formada por cinco deputados, encarregada de oficializar as alegações no processo de impeachment do presidente. Eles apresentaram as alegações na noite de ontem (21) ao Senado.
Os deputados também argumentam que, ao apoiar as causas dos camponeses, o governo Lugo traz instabilidade, caos social e ameaça a paz interna. Mais cedo, a Câmara dos Deputados já havia aprovado a abertura do processo de impeachment, reponsabilizando o presidente Lugo peloconflito entre policiais e sem-terra que resultou na morte de 17 pessoas, entre policiais e camponeses no último dia 15. Para eles, o presidente está instigando os campesinos “a pegar em armas para lutar por seus direitos”.
“É um direito protestar garantido pela Carta Magna, mas ninguém pode matar por suas reclamações. Fernando Lugo tem sido incapaz de frear a delinquência que avança no nosso país”, disse o deputado Jorge Mariño, do Partido Liberal, integrante da comissão.
Hoje, após a apresentação dos argumentos da defesa, o Senado decidirá sobre o pedido de impeachment. Dos 45 senadores titulares, é preciso, pelo menos, 30 favoráveis à destituição do presidente da República, segundo informações divulgadas na página da Casa legislativa.
Edição: Nádia Franco e Aécio Amado//Matéria atualizada à 00h02