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Brasília - “Eu não vou renunciar”, disse o presidente paraguaio, Fernando Lugo. A declaração ocorreu depois que a Câmara dos Deputados do país aprovou uma proposta inesperada de impeachment contra ele, decorrente do um conflito ocorrido na última sexta-feira (15) em uma fazenda do Nordeste do país, que matou 17 pessoas, entre camponeses e policiais.
O pedido de impeachment, liderado pela oposição Partido Colorado, foi aprovado por 76 votos a favor e 1 contra. Três parlamentares estavam ausentes.
O presidente anunciou, antes da votação, que dará uma entrevista coletiva, ao mesmo tempo em que o chefe de gabinete do presidente, Miguel Lopez Perito, assegurou que ele não deixará o cargo.
Lugo disse também que se submeterá, "com absoluta obediência à Constituição e às leis, a enfrentar o pedido de impeachment com todas as suas consequências”.
“Conclamo ao Parlamento Nacional a esgotar todos os esforços para evitar procedimentos contrários à história e à cidadania e cumprir os trâmites e prazos constitucionais oferecendo a mim, como presidente da República, toda a garantia de uma justa e legítima defesa”, disse o presidente, em mensagem após a aprovação do pedido de impeachment na Câmara.
“Tentando manter um clima de paz na República, denuncio ao povo paraguaio que sua vontade expressada nas urnas em 20 de abril de 2008 está sendo objeto de um ataque de setores que sempre se opuseram à mudança e que o povo pudesse participar como protagonista de sua democracia. O povo não deve se esquecer que se pretende interromper um processo político histórico a apenas nove meses de novas eleições gerais, frustrando o que a democracia tem de mais significativo”, afirmou Lugo.
De acordo com o presidente, as conquistas obtidas no país, principalmente no âmbito social, "geraram reação de setores egoístas e insensíveis que sempre viveram do privilégio e jamais quiseram compartilhar os benefícios da propriedade com o povo.”
“Tenho me empenhado para que paraguaios e paraguaias vivam em um país melhor, e não existe nenhuma causa válida, jurídica ou política, que me faça renunciar a esse juramento”, acrescentou Lugo.
Matéria ampliada às 17h27