Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocupou três fazendas no interior de São Paulo nos últimos dias. Na ação mais recente, ocorrida na manhã de hoje (7), 300 famílias entraram em uma propriedade no município de Castilho, na divisa com o estado de Mato Grosso do Sul.
A movimentação faz parte da jornada de lutas iniciada esta semana a fim de chamar a atenção para antigas demandas do movimento: desapropriação de propriedade improdutivas, ou em dívida com o Estado, e assentamento das famílias acampadas. O MST estima que existam cerca de 2 mil famílias vivendo em acampamentos no estado de São Paulo.
O movimento pretende pressionar tanto o governo estadual como o federal, segundo a sem-terra Gue Oliveira, que participou de uma das recentes ocupações. “Qualquer um dos dois pode sentar e resolver a questão”, disse.
No fim da tarde de hoje, um grupo de aproximadamente 300 pessoas deixou a Fazenda Martinópolis, em Serrana, que estava ocupada desde quarta-feira (5). Os militantes deixaram o local em cumprimento a um mandado de reintegração de posse. A Polícia Militar foi à fazenda para garantir que a decisão judicial fosse obedecida. Os policiais negociaram com os militantes que deixaram a área pacificamente.
De acordo com Gue Oliveira, a ação na Martinópolis, que abriga uma usina de cana-de-açúcar, foi motivada pelas grandes dívidas trabalhistas e fiscais da propriedade.
Em Cafelândia, a 440 quilômetros da capital, o MST ocupou ontem (6) com cerca de 200 integrantes a Fazenda Bertazzoni.
Edição: Aécio Amado