Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Manifestantes interromperam o discurso do ministro da Saúde, José Gomes Temporão, hoje (16), na abertura do 8º Congresso Brasileiro de Prevenção das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e Aids, para protestar contra a falta de medicamentos do coquetel antiaids usado no tratamento da doença.

Portando faixas e apitos, os mais de 100 manifestantes gritavam que o “coquetel sumiu”. Um dos integrantes do movimento disse ao ministro que pacientes tiveram de procurar os serviços de saúde de três a cinco vezes para receber os remédios que, segundo ele, estavam fracionados e sem o rótulo de validade. O manifestante chamou de “desastrosa” a gestão de distribuição dos medicamentos.

No início do ano, foi registrada a falta de três antirretrovirais do coquetel, entre eles, o Abacavir, importado da Índia e usado no tratamento de 3,7 mil pessoas. De acordo com a diretora do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do ministério, Mariângela Simão, os problemas foram o atraso na entrega do produto pelo fabricante e a falta de documentação na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Mariângela garantiu, no entanto, que a distribuição foi regularizada neste mês.

“Esse não é o primeiro e nem será o último problema. O governo tem feito um esforço para garantir a continuidade do tratamento”, disse a diretora à imprensa, acrescentando que o coquetel é usado por 200 mil pessoas no país. Depois do protesto, o ministro afirmou que a reivindicação é legítima e faz parte do processo democrático, mas lamentou que os manifestantes não tenham acompanhado o restante da cerimônia. Os manifestantes deixaram o auditório e continuaram o protesto do lado de fora.
 

Edição: Lana Cristina