Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – A oitava Caminhada de Lésbicas e Bissexuais de São Paulo foi realizada na tarde de hoje (5). A manifestação, com cerca de 2 mil pessoas, na Avenida Paulista, ocorre sempre às vésperas da Parada Gay, com o intuito de dar mais visibilidade às reivindicações do grupo.
“O mundo é machista e dominado pelos homens. E, no movimento LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros), traduz essa mesma parcela. Tem uma invisibilidade das lésbicas dentro do movimento LGBT [que organiza a Parada Gay]”, afirma a coordenadora do evento e da Liga Brasileira de Lésbicas, Márcia Balades.
Participante da manifestação, Andréia Taveira ressaltou a importância da caminhada. "A parada [Parada Gay] é mais festa, com um público mais masculino. Aqui, nós falamos mais de política, de reivindicações em prol das mulheres", disse.
Um carro de som e um grupo de percussão animavam os participantes da caminhada, que partiu da Praça Oswaldo Cruz e dirigiu-se até o vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp). O grupo, que também participará amanhã (6) da Parada Gay paulistana, levou à avenida o tema Ser Lésbica é Um Direito – Autonomia e Liberdade, Por Um Mundo de Igualdade.
“A autonomia, a liberdade e a igualdade são três temas interligados. A gente não consegue ter autonomia se não tiver liberdade e igualdade. E essa autonomia é de ser aquilo que a gente é, de não ter de ficar disfarçando, mentindo para a sociedade”, ressaltou Márcia Balades, coordenadora do evento.
A manifestação ainda chamou a atenção para a elevada quantidade de mortes em razão da preferência sexual. “Nas periferias nós sabemos que é grande o número de suicídios de jovens que não podem se assumir, que têm dificuldades e levam uma vida de violência e humilhação. E é por isso que a gente vai seguir essa marcha para que todos sejamos aceitos”, disse Camila Furchi, da Marcha Mundial das Mulheres.
Edição: Lílian Beraldo