Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – O pré-candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, criticou hoje (14) o que chamou de loteamento político no governo federal, defendendo a redução do número de cargos públicos e sua ocupação por concursados. Serra, que almoçou com empresários e políticos na Associação Comercial do Rio de Janeiro, também negou que vá implantar programas de privatização, se for eleito presidente.
Ao falar sobre o loteamento de cargos, Serra citou o caso das agências reguladoras, criadas no governo de Fernando Henrique Cardoso. “As agências, que foram um avanço, [criadas] para substituir o estado interventor do passado, foram pervertidas, simplesmente foram loteadas politicamente. Na época [quando era ministro da Saúde] eu não recebi nenhuma sugestão. Botei gente que não conhecia.”
No entanto, disse ele, essas agências, e todas as outras, foram loteadas politicamente, totalmente divididas. “O caso das agências é o mais dramático, mas isso se generalizou na administração pública”, ressaltou Serra, defendendo a realização de concurso para ocupação de vagas no setor público.
Serra recebeu dos empresários o documento Declaração do Empresariado para um Brasil Melhor, com sugestões para um eventual governo. Os empresários defendem a “redução do Estado”, que, para eles, deve atuar apenas onde for indispensável sua presença, e a "reabilitação da importância das privatizações”.
Ele afirmou não tem nenhum programa especial de privatizações em mente. "Aquilo que era fundamental ser privatizado, que eram atividades típicas do setor privado, como petroquímica, aço, telecomunicações, foi feito. E, aliás, o atual governo só fez reforçar isso, até financiando esses grupos. Eu não tenho no horizonte maiores privatizações pela frente.”
Em entrevista após o encontro com os empresários, indagado pela Agência Brasil se isso significaria que empresas como o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e a Petrobras estariam livres de privatizações, Serra respondeu: “Claro que sim. Quem falou o contrário?”.
Edição: Nádia Franco