Luiz Antônio Alves
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Ministros das Finanças da União Europeia estão reunidos hoje (9) em Bruxelas, na Bélgica, para discutir a criação de um mecanismo que proteja os países do bloco da crise financeira que atinge a Grécia. Eles debatem a possibilidade de estender à Grécia o financiamento de emergência que hoje só está disponível para países que não fazem parte da zona do euro. Os ministros também estariam discutindo um sistema de garantias para empréstimos que pode valer bilhões de euros.
Na sexta-feira passada (7), o ministro brasileiro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que a crise econômica que atinge parte da Europa, e mais fortemente a Grécia, não afetará o Brasil, pois ela provoca apenas consequências “leves” no país. “Nós estamos em situação sólida. Os recursos de curto prazo que saíram também saíram dos outros países e voltarão logo que o acordo de ajuda for firmado. As consequências para o Brasil são leves, fluxos que vão e vêm na Bolsa, uma desvalorização no real, que não chega a ser problema”, disse.
Mantega ressaltou que o país tem reservas internacionais “de sobra”, em torno de US$ 245 bilhões. “É um país que não sofre nenhuma ameaça”. O ministro da Fazenda disse que o Brasil irá colocar, como credor, US$ 286 milhões no pacote de ajuda que está sendo elaborado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) para socorrer os países em crise na Europa. Os recursos sairão das reservas internacionais brasileiras.
De acordo a BBC Brasil, na sexta-feira passada chefes de governo dos 16 países que compõem a zona do euro aprovaram, em parceria com o Fundo Monetário Internacional (FMI), um pacote de ajuda à Grécia no valor de 110 bilhões de euros. O pacote, que deve ser entregue ao país ao longo de três anos, já havia sido prometido ao governo grego e foi oficialmente aprovado durante reunião de emergência em Bruxelas.
Em troca, o governo da Grécia deve cortar os gastos públicos e aumentar os impostos para reduzir o déficit orçamentário do país, que chegou a 12,7% do PIB e está quatro vezes acima do previsto pelas regras da zona do euro. Autoridades esperam que as garantias de pagamento de empréstimos possam prevenir que a crise na Grécia se alastre para outros países com alto déficit ou dívidas, como Portugal e Espanha.
Edição: Rivadavia Severo