Da Agência Brasil

Brasília - A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de arquivar a ação da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) que contestava a Lei da Anistia foi importante para manter os ânimos calmos em Brasília. A avaliação é do cientista político e professor emérito da Universidade de Brasília (UnB) David Fleischer. De acordo com ele, rever a lei seria “jogar lenha na fogueira”.

“A anistia foi um ponto acordado entre todas as partes e que possibilitou a transição política. Se fossem atender ao pleito da OAB, estariam mexendo no vespeiro com vara muito curta”, disse o acadêmico, lembrando que seria inconcebível, por exemplo, levar para a cadeia militares já idosos.

Para Fleischer, a anistia foi bilateral e uma revisão da lei causaria alvoroço. “Então teriam que ser revistos todos os casos. De militares que torturaram a anistiados que foram soltos, criminosos que também mataram.” Segundo ele, somente o Congresso Nacional teria autonomia para reavaliar a Lei da Anistia. “Mas é algo que nunca seria feito em ano eleitoral e que provavelmente nunca será feito. É um assunto encerrado”, afirmou.
 

Edição: Vinicius Doria