Construção civil deve continuar em expansão, prevê indústria

29/04/2010 - 18h11

Marli Moreira

Repórter da Agência Brasil

 

 

São Paulo – O desempenho da construção civil cresceu, gradativamente, no primeiro trimestre e deve continuar em expansão apesar de alguns desafios apontados por executivos do setor, como o esgotamento de espaços nas áreas urbanas, que tem encarecido o metro quadrado dos terrenos, e a falta de mão de obra qualificada.

 

De acordo com a pesquisa Sondagem da Construção Civil, da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), em março, o indicador do nível de atividade no setor atingiu 55,8 pontos. Em fevereiro, o índice foi de 53,2 pontos e, em janeiro, 50,5%. Sempre que ultrapassa a marca de 50 pontos, a avaliação mostra crescimento da atividade, segundo o critério da enquete feita em 294 empresas. A maioria delas é de pequeno porte (158) e o restante são empresas de médio (108) e grande porte (28).
 

As projeções para os próximos seis meses foram positivas, embora tenha alcançado pontuação menor que a de fevereiro. O quesito alcançou 66 pontos em março. Em fevereiro, o resultado foi de 67,3 pontos. As empresas de grande porte foram as mais otimistas, situando-se em 69,6 pontos.

No quesito situação financeira, a pontuação ficou em 55,5 – embora seja positiva, é menor do que o resultado de fevereiro em 1,4 ponto. Em todos os perfis empresariais, foi notada uma piora no acesso ao crédito, com maior dificuldade entre os pequenos empreendedores, passando de 54,4 para 48,9 pontos.

A carência de pessoal qualificado foi a principal dificuldade apontada pelos entrevistados. Para o vice-presidente da CBIC, José Carlos Martins, a falta de mão de obra especializada é comum em qualquer área em situação de forte crescimento. Ele acredita que esse obstáculo deva ser superado com investimento das próprias empresas em capacitação.

Para o gerente executivo de Pesquisa, Avaliação e Desenvolvimento da CNI, Renato da Fonseca, o setor não sofrerá grandes impactos com o aumento da taxa básica de juros (Selic) para 9,5%, embora ele admita que “o primeiro impulso de um investidor é segurar os projetos sempre que há risco de juros mais altos sobre a contenção da demanda interna.”
 

Fonseca avaliou que o programa Minha Casa, Minha Vida será indutor da continuidade de vários empreendimentos já que garante acesso ao crédito e estimula o setor. A pesquisa da CNI, aliás, apontou que, na visão da indústria da construção civil, o programa do governo para construção e financiamento de casas populares é o principal instrumento que vem atraindo o interesse dos investidores.

 


Edição: Lana Cristina