Luiz Antônio Alves
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Justiça argentina condenou hoje (20) o último presidente militar do país, Reinaldo Bignone, a 25 anos de prisão por crimes de lesa-humanidade durante o período da ditadura. Bignone, de 81 anos, teve a prisão domiciliar revogada e cumprirá a pena em cadeia comum. Mais seis acusados tiveram pena idêntica.
De acordo com a acusação, durante os últimos anos do regime militar argentino, Bignone praticou crimes na guarnição de Campo de Mayo, onde foram instalados centros de tortura e uma maternidade clandestina.
O ministro argentino da Justiça, Julio Alak, disse que a condenação de Bignone é um ato exemplar, porque se trata de um dos mais "sangrentos representantes do genocídio ocorrido na Argentina entre 1976 e 1983".
O Campo de Mayo, disse o ministro, "onde Bignone conduziu práticas atrozes de repressão ilegal, foi, com a Escola de Mecânica da Marinha, um dos maiores centros clandestinos de detenção do regime militar".
De acordo com Alak, "a condenação de Bignone é um novo e gigantesco passo no caminho da busca da verdade e da justiça, aberto pelo governo argentino a partir da decisão inarredável de terminar com a impunidade no país".
Edição: João Carlos Rodrigues