Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasília
Brasília - Os advogados da família brasileira de Sean Goldman, de 9 anos, vão pedir na próxima semana que a Autoridade Central para Assuntos Federais (Acaf) interceda na Justiça americana para que os avós do menino possam visitá-lo nos Estados Unidos.
Sean foi pivô de uma longa disputa judicial no Brasil depois que mãe dele, brasileira, morreu e o pai, David Goldman, cidadão dos Estados Unidos, pediu a guarda do menino que vivia no Brasil com o padrasto e os avós. No ano passado, uma decisão do Supremo Tribunal Federal garantiu a guarda de Sean ao pai biológico.
Desde então, os avós da criança alegam que não conseguem visitá-lo nos Estados Unidos. “Nós tentamos diretamente na justiça americana e não fomos atendidos. Agora vamos tentar a segunda via, que é pedir que o governo brasileiro seja o nosso interlocutor pela Convenção de Haia”, explicou o advogado da família, Carlos Nicodemos.
Ele a avó de Sean, Silvana Bianchi, estiveram hoje (20) no Senado para uma reunião com o presidente da Comissão de Direitos Humanos, senador Cristovam Buarque (PT/DF). Um dossiê apontando irregularidades na saída de Sean do Brasil, como a falta de passaporte, também foi entregue ao senador. “O Brasil tem a obrigação de assegurar a esses avós o direito de visitar o neto no exterior, pela própria Convenção de Haia”, afirmou Buarque, em apoio à família.
A avó de Sean reclama que não consegue falar com o menino desde o dia 2 de março e que até então suas conversas com ele eram censuradas pelo pai. “Eu era obrigada a falar com ele em inglês e não podia tocar em certos assuntos como, por exemplo, a saudade que a irmã sente dele”, conta a avó.
Edição: Vinicius Doria