Jorge Wamburg
Repórter da Agência Brasil
Brasília - As Olimpíadas de 2016 no Rio de Janeiro vão custar aos cofres públicos U$S 11,6 bilhões em obras de infraestrutura para que a cidade esteja em condições de sediar os Jogos. Os gastos, em sua maioria, serão do governo federal, mas também haverá participação dos governos estadual e municipal, que farão parte da Autoridade Pública Olímpica, um consórcio interfederativo responsável pelas obras e pela segurança do evento.
A informação é do presidente do Comitê Organizador das Olimpíadas e presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman, durante audiência na Comissão de Infraestrutura do Senado. A audiência discutiu o andamento das obras para as Olimpíadas. Os gastos do Comitê Organizador foram estimados em U$S 2,8 bilhões com a organização e realização dos Jogos.
Segundo Nuzman, os estudos do Ministério do Esporte sobre o impacto das Olimpíadas na economia brasileira mostram um retorno que compensará os gastos para realizá-la. Como exemplo, citou os Jogos Pan-Americanos de 2007, em que, para cada R$ 1 gasto houve retorno R$ 2,1.
Para as Olimpíadas, os números estimados são maiores em todas as áreas: 100 delegações farão aclimatação em cidades brasileiras; 205 países participarão das Olimpíadas; cerca de 300 mil turistas virão ao Brasil para o evento; promoção do Brasil para uma audiência global de 220 países em cinco mil horas de transmissão de televisão.
Nuzman disse também que para os Jogos de 2016 está prevista a venda de 6,5 milhões de ingressos. Haverá, segundo ele, um grande volume de contratação de mão de obra especializada em diversas áreas e o próprio Comitê Organizador, que hoje tem 50 pessoas empregadas, chegará a 4 mil funcionários em 2016, e também estarão trabalhando 70 mil voluntários.
"Nós vamos organizar 28 campeonatos mundiais numa só cidade em 17 dias", destacou Nuzman, ressaltando ainda que os Jogos do Rio de Janeiro terão a participação de 10.500 atletas.
Quanto à segurança, Nuzman contou que o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, fez questão de ser o mais transparente possível, falou abertamente sobre os problemas da cidade nessa área e o que ele iria fazer por ocasião da apresentação da candidatura do Rio de Janeiro.
"Isso impactou fortemente os eleitores, as perguntas não foram tão profundas, pela maneira apresentada, e, hoje, o trabalho na área de segurança do Rio, repercute no Comitê Olímpico Internacional de uma maneira enorme. Tanto é assim, que a presidente da Comissão de Coordenação já visitou duas comunidades onde foram implantadas as UPPs [unidades pacificadoras], com resultados muito positivos", disse Nuzman.
Edição: Aécio Amado