Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Oadvogado Eduardo Timbira, que defende o acusado de mandar matar amissionária Dorothy Stang, Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, dissehoje (6) que pretende recorrer da decisão da Justiça que negou habeascorpus ao fazendeiro na última quinta-feira(4). Timbira vai ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedir a liberdade deBida, que na manhã de hoje se entregou à polícia do Pará. “Estamosaguardando a publicação do acórdão [da decisão do Superior Tribunal deJustiça] para preparar um pedido no habeas corpus no STF. Vou aBrasília ainda esta semana”, disse Timbira à Agência Brasil. Oadvogado argumenta que não há motivos que justifiquem a prisãopreventiva de Bida. “Foi um ato arbitrário. Ele está exercendo suaatividade de pecuarista, vivendo normalmente, cuidando da família. Nãorepresenta nenhum risco à ordem pública nem ao andamento do processo”. Timbiraafirmou que ele próprio aconselhou o fazendeiro a se apresentar àPolícia Civil após a negativa de habeas corpus. “Foi uma orientaçãominha. Eu disse a ele: não adianta fugir, reagir, tem que seapresentar”. Em 2007, Bida foi condenado a 30 anos de prisão.Um novo julgamento, em 2008, inocentou o fazendeiro. O MinistérioPúblico entrou com um recurso e a Justiça paraense anulou a absolviçãodo fazendeiro e determinou nova prisão. Em abril de2009, a defesa de Bida entrou com um pedido de habeas corpus no STJ econseguiu uma liminar que o manteve em liberdade até o julgamento domérito na última quinta-feira.Dorothy Stang foi assassinada com seis tiros em 12 de fevereiro de2005, no município de Anapu, sudeste do Pará. A missionária trabalhavacom pequenos agricultores pelo direito à terra e contra a exploração degrandes fazendeiros da região.