Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A expectativa do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, é que o Brasil reconheça o novo governo de Honduras e colabore para sua reintegração na Organização dos Estados Americanos (OEA). A afirmação foi feita hoje (4) pelo embaixador norte-americano, Thomas Shannon, ao assumir o posto em Brasília. Para o diplomata, o Brasil e os demais países devem rever a decisão de não aceitar como legítima a eleição do novo presidente Porfirio “Pepe” Lobo Sosa.“A nossa esperança [do governo dos Estados Unidos] é que todos os países encontrem a eleição de Porfirio “Pepe” Lobo como saída e reintegração [de Honduras] na Organização dos Estados Americanos”, disse Shannon, na sua primeira entrevista coletiva em Brasília.Alvo de críticas por parte da comunidade internacional, nos últimos sete meses, desde o golpe de Estado, Honduras deve reconquistar o apoio de países como o Brasil, a Argentina, o Chile e a Venezuela. Mas, para integrantes do governo brasileiro, o novo presidente deve cumprir uma cartilha de ações.Na relação de condições que deverão impostas pelos países resistentes ao novo governo, estão: esforços para a reconciliação nacional, o fim das punições ao presidente deposto, Manuel Zelaya, e seus seguidores e a busca pela unidade interna pelas vias democráticas.Os diplomatas que negociam, em nome do Brasil, afirmam que essas definições serão estabelecidas durante a reunião do Grupo do Rio, em Cancún, México, na presença de presidentes da República e chanceleres. O encontro será realizado de 20 a 26 de fevereiro.Outra expectativa dos brasileiros e demais negociadores é que “Pepe” Lobo demonstre seu empenho por uma espécie de pacto entre todos os segmentos – no Legislativo, Judiciário e Executivo. Com isso, a comunidade internacional teria garantias de que não há ameaça de um novo golpe.Para o Brasil, é fundamental também que o presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya – atualmente hospedado na República Dominicana - e seus correligionários não sejam perseguidos nem punidos. A expectativa desses países é de que todas as denúncias contra Zelaya e seus seguidores sejam arquivadas.