Falta de técnicos prejudica atendimento para exames de mamografia, diz entidade médica

04/02/2010 - 19h52

Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Mesmo nas cidades ondeos equipamentos para realização de mamografias estão disponíveis,muitas vezes o atendimento é precário devido à falta de técnicospara operar as máquinas. Esse é um dos problemas apontados no 1ºFórum Intersetorial de Controle do Câncer de Mama do Estado de SãoPaulo, promovido pela Sociedade Americana de Câncer (ACS, eminglês), que terminou hoje (4).De acordo com o diretorda organização, Gustavo Azenha, a baixa remuneração paga no setorpúblico para os operadores dos mamógrafos acaba reduzindo o númerode profissionais interessados na função. Na avaliação dele, afalta de recursos humanos e a gestão ineficiente são responsáveispelas grandes listas de espera para realizar o exame. Segundo Azenha,em um centro bem equipado como a capital paulista, a espera é de nomáximo um mês, mas em locais mais afastados da região norte, podechegar a seis meses.“A fila de esperanão impede [de realizar o exame], mas às vezes desestimula”,afirmou. Segundo a ACS apenas 50% das mulheres com 40 anos ou maisrealizam mamografia.A mamografia é aferramenta mais importante no combate ao câncer mama, de acordo como diretor da ACS. “Tem muita gente que ainda acha que o autoexame ésuficiente”. O Instituto Nacional do Câncer (Inca) indica arealização anual de mamografia a partir dos 50 anos de idade.A desatualização da tabela de medicamentos contra o cânceroferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) foi outro problemaapontado por Azenha. Ele destacou que a lista de remédiosoncológicos do SUS foi atualizada pela última vez há dez anos.“Tem coisas que já são comprovadas [em outros países] quenão foram adotadas. E tem coisas na tabela, que segundo pesquisasmais recentes talvez não faça sentido utilizar”, disse.Azenha destacou aindaque é preciso dar uma melhor assistência aos casos crônicos outerminais da doença. Segundo ele, muitas vezes o sofrimento dessespacientes poderia ser diminuído se o acesso a analgésicos, como amorfina, fosse facilitado.Segundo a ACS o Brasiltem 49 mil novos casos de câncer de mama por ano, 15 mil apenas noestado de São Paulo.