Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Na semana seguinte a uma onda de protestos contra o governo que tomouconta da Venezuela, o presidente Hugo Chávez chama a populaçãopara participar de uma manifestação pelo Dia da Dignidade. Naquinta-feira (4), Chávez quer reunir seus simpatizantes a partir domeio-dia em uma das principais avenidas de Caracas – da Praça daVenezuela ao Pátio Academias no Forte Tiuna.Desde a semanapassada, vêm ocorrendo manifestações em Caracas e em outras grandes cidadesda Venezuela em reação às ameaças do governo Chávez de reprimira liberdade de expressão no país. A série de protestosagrava a tensão política interna provocada por baixas no governo epela crise de desabastecimento de energia. Os protestos se agravaram,na semana passada, quando o vice-presidente, os ministros e até opresidente do Banco Central renunciaram aos cargos. Asmanifestações aumentaram depois de o governo ter determinado asuspensão do sinal de seis canais de televisão. Chávez recomendouaos prefeitos que usem a força policial para repreender as açõespopulares. Houve conflitos entre manifestantes e policiais.Pelo menos duas pessoas morreram e 11 ficaram feridas. Os estudantesse queixam da truculência usada pelos policiais na tentativa deconter os protestos.O estopim para a onda de manifestaçõesfoi a suspensão do sinal da emissora independente RCTV, considerada uma das mais populares do país. Desde 2007, a emissoraé obrigada a transmitir sua programação de Miami (Estados Unidos)porque o governo venezuelano não renovou a concessão. Além daRCTV, cinco canais de televisão tiveram os sinais suspensos. Asautoridades venezuelanos afirmam que tais emissoras não cumpriram asregras para a transmissão de sua programação. Os diretores doscanais de TV negam a acusação. No caso da RCTV, a emissora teriasido punida por não transmitir a íntegra de um discurso dopresidente da República.