Alex Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A adoção demecanismos para estimular o aumento da confiança e da segurançacontinental foi o principal tema da reunião executiva do ConselhoSul-Americano de Defesa, da qual participaram representantes dos 12países-membros.Com a presença deespecialistas e de alguns vice-ministros, o encontro preparatório àpróxima reunião de Ministros de Defesa, previsto para abril, aindano Equador, terminou na última sexta-feira (29), no Equador.Durante a reunião, osministros vão referendar propostas como os procedimentos a seremadotados para garantir a transparência em relação às informaçõesmilitares; a assinatura de um protocolo de paz e segurança e oestatuto do futuro Centro de Estudos Estratégicos Sul-Americano,cuja criação, na Argentina, já foi aprovada.As medidas de incentivoà confiança e à segurança constam da resolução aprovada por ministros de Relações Exteriores e de Defesa durante o últimoencontro da Unasul, realizado em Quito, em novembro de 2009. Entre outros itens, odocumento estabelece que os países-membros deverão fornecer aoconselho informações sobre seus sistemas e gastos em Defesa, bemcomo sobre as atividades militares nacionais ou realizadas emparceria com outras nações. Segundo o representantebrasileiro na reunião, o diretor do Departamento de Política eEstratégia do Ministério da Defesa, vice-almirante Wilson BarbosaGuerra, a intenção do conselho é aprofundar o que já é feitopela Organização das Nações Unidas (ONU), a quem os países deveminformar seu efetivo militar e a quantidade de armamentos de quedispõem.“Essas são medidasque demonstram o grau de confiança [entre as nações], quemostram que não temos nada que esconder uns dos outros”, diz ovice-almirante, garantindo que os detalhes da proposta já estãodelineados, restando agora a redação do documento que serásubmetido à análise final dos ministros de Defesa, em abril.O outro documento a serelaborado é um protocolo de intenções cuja finalidade écomplementar os procedimentos de incentivo à confiança e àsegurança, estabelecendo medidas concretas para garantir a paz, asegurança e a cooperação entre os países sul-americanos.“Isso já é algo umpouco mais elaborado, pois os países terão que se comprometer comvários itens, como o de não agredirem seus vizinhos. Ou ,quandorealizarem um exercício militar na fronteira, convidaremobservadores dos demais países. Isso vai complementar osprocedimentos de confiança e segurança”, afirma o vice-almirante.De acordo com ele, antes da reunião de ministros, em abril, um grupode trabalho voltará a se reunir para afinar as propostas.Além de debaterem osdois itens e a cessão de bases militares colombianas aos EstadosUnidos , os participantes aprovaram, por unanimidade, a divulgaçãode um manifesto de solidariedade ao Haiti, devastado por terremoto noúltimo dia 12.No documento, ospaíses-membros se comprometem a dar ajuda humanitária aos Haitipara reduzir os efeitos do terremoto, colaborando no resgate dossobreviventes e no auxílio aos feridos , além de participar dareconstrução do país. A resolução apela ainda que os países quetêm colaborado com o Haiti a realizarem suas ações de formacoordenada, com o propósito de tornar mais eficiente a assistênciahumanitária e a cooperação internacional.