Justiça condena ex-diretores da Avestruz Master a indenizar investidores prejudicados

26/01/2010 - 17h49

Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Depois de quase quatro anos, a Justiça Federal de Goiás condenou doisfilhos e o genro do dono da Avestruz Master a indenizar em R$ 100milhões os investidores prejudicados pelo golpe aplicado pela empresa.O Ministério Público Federal no estado, autor da ação, estima que maisde 50 mil pessoas foram lesadas em várias partes do país, com prejuízosuperior a R$ 1 bilhão. O juiz Paulo Augusto Moreira Lima, da11ª Vara Federal de Goiás, decretou pena de 13 anos e 6 meses de prisãopara Patrícia Áurea da Silva Maciel, diretora financeira, e de 12 anose 45 dias para o diretor comercial Jerson Maciel da Silva Júnior, ambosfilhos de Jerson Maciel da Silva, presidente da empresa, que morreu hádois anos vítima de um câncer no fígado. O marido de Patrícia, EmersonRamos Correa, que era diretor da empresa, foi condenado a 12 anos e 10meses prisão. Eles foram condenados pelos crimes contra asrelações de consumo, a economia popular e o sistema financeiro – ofertade títulos mobiliários sem autorização da Comissão de ValoresMobiliários (CVM) e prestar informações falsas a investidores. Os trêsainda podem recorrer da sentença. De acordo com o procurador daRepública Daniel Salgado, as vítimas do golpe  podem pedir a execuçãoda indenização depois do trânsito em julgado da sentença, ou seja,quando forem esgotados todos os recursos judiciais. Oprocurador explicou que a demora para a Justiça determinar umacondenação deve-se à complexidade do caso, que trata de mercado decapital, e ao grande número de pessoas prejudicadas e testemunhasouvidas no decorrer do processo. Os sócios da Avestruz Master enfrentamações também em Pernambuco e Minas Gerais.A empresa vendiafilhotes de avestruzes e era responsável pelo abate e pela venda da ave. A Avestruz Masterprometia lucro garantido aos clientes. Em 2005, foram descobertas várias irregularidade no negócio, como a emissão irregular de títulos deinvestimento e a venda de aves acima do número existente. A empresafechou as portas deixando milhares de investidores sem receber. No anoseguinte, a Justiça decretou a falência do grupo.