Gislene Nogueira
Enviada Especial
Davos (Suíça) - Um ano equatro meses depois da quebra do banco Lehman Brothers, nos EstadosUnidos, que deflagrou a maior crise financeira do século 21, o FórumEconômico Mundial começa hoje (26), em Davos (Suíça), com a promessa de discutir aorganização financeira mundial. Ex-diretor do Banco Central (BC), o economista Carlos EduardoFreitas espera que o fórum discuta as formas de atuação dos bancos e opapel dos bancos centrais independentes.O tema do evento, que está na 40ª edição, é Melhorar o Estado do Mundo: Repensar, Redesenhar, Reconstruir. Freitas acredita que oencontro vai discutir “novas diretrizes para a supervisão dos sistemasfinanceiros, principalmente nos países mais ricos, especialmente asoperações estruturadas com securitizações e derivativos de créditos,que estiveram no epicentro da crise”.O ex-diretor destaca a necessidade de se discutir ainda “a maiorcentralização da fiscalização do sistema financeiro no Banco Central,ou numa única instituição”. Ele explica que no Reino Unido foi criadahá alguns anos uma agência de fiscalização financeira a partir daDivisão de Supervisão Bancária do Banco da Inglaterra (Bank of England). Na opinião de Freitas, afiscalização deveria ser centralizada no BC, inclusive paraser mais rigoroso na fiscalização sobre transações de derivativoscomplexos. “A própria ideia de autonomia dos bancoscentrais pode ser discutida. Afinal, nos Estados Unidos e no Reino Unido,epicentros da crise, os respectivos bancos centrais eram independentes”.