Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Apósum período de incertezas, a tendência éque o mercado de carbono cresça e se consolide nos próximosanos, segundo o consultor de MudançasClimáticas da MGM, Stefan David. “Havia um grandedesconforto de não se saber o que aconteceria em Copenhague [onde será realizada a 15ª Conferência das Partes da Convenção do Clima das Nações Unidas, de 7 a 18 deste mês]. Eum desconforto global por achar que os Estados Unidos não iriamse comprometer com nada, a China ia ficar de fora também e oBrasil assumiria uma meta voluntária”, disse ele, em entrevista àAgência Brasil.
Apesarde apostar no crescimento das negociações envolvendocréditos de carbono, David afirma que ainda não épossível definir exatamente qual será o valor dasreduções de gases estufa no mercado mundial. “Aquestão é como vai atuar a oferta e a demanda e issovai impactar nos preços.” Entretanto, oconsultor acredita que o preço do crédito nãodeverá cair abaixo do patamar atual de 10 euros por toneladade carbono.
Eleressaltou que o mercado de carbono sofre transformaçõesconstantes que tornam as regras para aprovação dosprojetos cada vez mais rigorosas. “O espírito dosistema é a busca de melhoria contínua”, enfatizou.
Segundoo consultor, esse aperfeiçoamento contínuo é quepossibilita a diferenciação de um projeto com validadeambiental para uma ação que deveria ser corriqueiranaquela atividade. “Quando você quer desenvolver umaatividade que vai reduzir as emissões de gases do efeitoestufa e no seu setor todo mundo já está fazendo aquiloque você quer fazer, não está trazendo nada de inovador e não está contribuindo para reduziras emissões. O sistema entende que se você nãofizer essa atividade mais moderna que todo mundo estáimplantando você vai desaparecer do mercado”, explicou.
Essasmudanças constantes, no entanto, também fazem com queexista alto risco de que os projetos não consigamcertificação da Organização das NaçõesUnidas (ONU) para captar recursos. David citou o fato de que dascerca 300 metodologias apresentadas no órgão para medir a quantidade de carbono evitado menos de 150 foram aprovadas.