Lísia Gusmão
Enviada Especial
Berlim (Alemanha) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a chanceler alemãAngela Merkel admitiram hoje (3) que não será possívelalcançar o “acordo ideal” na Conferência do Clima,em Copenhague,na Dinamarca, mas reforçaram a necessidade de “resultadosrobustos, equilibrados e justos” para frear o aumento datemperatura global. Ao lado de Merkel, o presidente ponderou que, porse tratar de um tema novo, a questão do aquecimento global nãotem posição fechada na comunidade internacional.“Achoque não vamos fazer o acordo dos nossos sonhos”, disse Lula,acrescentando que as metas apresentadas pelos países dependemdas políticas internas. “Se dependesse da vontade pessoal doObama [Barack Obama, presidente dos Estados Unidos], ele apresentariaum número mais arrojado. Nós fizemos uma propostaarrojada.”No mesmotom, a chanceler alemã afirmou que a Conferência deCopenhague será um passo à frente na questão climática,mas não o “ideal”. Enquanto Merkel apelou para oengajamento dos países emergentes, Lula cobrou a transferênciade tecnologia e de financiamento para que os países emergentesmantenham o crescimento econômico.“Épreciso que haja compreensão da necessidade da transferênciade tecnologia e de financiamento para que os países pobres possamcrescer sem poluir o mundo como nós poluímos”, disse.Antes doencontro com a chanceler alemã, Lula foi recebidopelo presidente da Alemanha, Horst Köhler, no PalácioBellevue, residência oficial do chefe de Estado. Em seguida,acompanhado dos ministros, fez uma visita ao Portão deBrandemburgo e depositou flores no Memorial da Alemanha para asVítimas da Guerra e da Tirania.