Más condições de estradas e embalagens fazem país perder 30% da produção de frutas e verduras

02/12/2009 - 16h32

Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - As 72 centrais de Abastecimento Brasileiras (Ceasas) atendema 80% da população e têm um faturamento de quase R$ 20 bilhões por ano, superandograndes redes de supermercados, deacordo com dados da Associação Brasileira das Centrais de Abastecimento(Abracen). Apesar do volume comercializado, o presidente da entidade JoãoAlberto Lages, alerta que até 30% das frutas, legumes e verduras se perdemdurante o caminho do campo para as Ceasas.“As condições das estradas, o tipo de embalagens usadas e otempo que se perde no caminho acabam machucando os produtos e inviabilizandoseu consumo”, afirmou Lages à Agência Brasil, durante o lançamento doDiagnóstico dos Mercados Atacadistas e Hortigranjeiros.Segundo Lages, além das condições ruins de muitas estradas,a falta de logística adequada traz dificuldade de acesso aos centros urbanos, oque atrasa muito a chegada dos alimentos aos sacolões e supermercados locais.Ele disse que o diagnóstico feito, depois de mais de 20 anos sem informaçõescompletas sobre o setor, é importante para apontar os rumos a seguir.O consultor do Programa das Nações Unidas para oDesenvolvimento (Pnud) Altivo Cunha, que coordenou a pesquisa com o apoio daCompanhia Nacional de Abastecimento (Conab), disse que o estudo dimensiona asprincipais falhas do setor, como infraestrutura insuficiente, embalagensinadequadas, necessidade de expansão e de reforma, mas é essencial que ogoverno trabalhe para resolvê-las.“A gente está vendo o Brasil se expandir, modernizar-se einvestir e não tem visto até agora uma sinalização para o setor que criaqualidade e fornece alimentos”, afirmou Cunha. Segundo ele, para a expansão ereforma das Ceasas seriam necessários investimentos de cerca de R$860 milhões. O presidente da Abracen ressalta que as Ceasas, localizadas em 21 estados e no Distrito Federal, empregam diretamente 200 milpessoas e abrigam 10 mil empresas. “É um grande instrumento de desenvolvimentoeconômico e, certamente, teremos uma geração de empregos muito grande com suareestruturação.”