Lúcia Nórcio
Repórter da Agência Brasil
Curitiba - A decisão da Justiça do Paraná de não levar em consideração o exame de dosagemalcoólica que consta no processo que pede a condenação doex-deputado estadual Luiz Fernando Ribas Carli Filho, envolvido noacidente que matou dois jovens em maio passado, em Curitiba, não érelevante, na avaliação do advogado Elias Mattar Assad. O advogado atua comoassistente do Ministério Público em nome da família Yared, de umdos dois jovens mortos no acidente. Ele explicou à AgênciaBrasil que o juiz da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Curitiba,Daniel Ribeiro Surdi de Avelar, no despacho que marcou a data daaudiência de instrução e julgamento para o dia 4 de fevereiro dopróximo ano, alegou que o exame de sangue foi realizado sem oconsentimento do acusado. “O material coletado logo após oacidente tinha finalidades específicas para exames laboratoriais”,explicou o juiz.Segundo o advogado,todas as outras acusações que constam no processo foram levadas emconsideração, como dirigir em alta velocidade em via pública,acima de 170 quilômetros por hora e dirigir com a Carteira Nacionalde Habilitação suspensa. Assad citou o relato devárias testemunhas que afirmam ter visto Carli Filho embriagado. Omanobrista e um amigo tentaram, de acordo com o advogado, impedirque ele saísse dirigindo do restaurante na noite do acidente, dia 7 de maio. “Se por caso no dia do julgamento o júri entender que oex-deputado não estava embriagado, a situação fica mais grave,porque as irregularidades foram cometidas por uma pessoa lúcida”-argumentou.Carli Filho foidenunciado por duplo homicídio qualificado com dolo eventual. Noacidente envolvendo o ex-deputado morreram os jovens Gilmar Rafael deSouza Yared e Carlos Murilo de Almeida. Se condenado, poderáreceber pena que varia entre 15 e 30 anos.