Quatro em cada dez mulheres da América Latina e do Caribe sofrem violência física

25/11/2009 - 9h48

Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Pesquisafeita pela Comissão Econômica para a América Latinae o Caribe (Cepal) indica que 40% das mulheres que vivem na regiãosofrem violência física. De acordo com os dados, algunspaíses latino-americanos chegam a apresentar índices de60% quando o assunto é a violência psicológica sofrida pormulheres.Aviolência física, segundo o estudo, inclui desde pancadas aagressões mais severas, como ameaças de morte,acompanhadas de forte violência psicológica e, muitasvezes, de abuso sexual. Um total de 45% das mulheres entrevistadasdeclararam ter sofrido ameaças vindas de parceiros e, entre 5%e 11% afirmaram já ter sofrido violência sexual.Orelatório afirma, com base em dados da OrganizaçãoMundial da Saúde (OMS) divulgados em 2005, que o Brasilregistra índices de violência sexual contra a mulher de10% em áreas urbanas e de 14% em áreas rurais.Umdos destaques no país, de acordo com a Cepal, é o primeiro Pacto Nacional pelo Enfrentamento à ViolênciaDomésticae Familiar contra a Mulher, que envolve medidas paramelhorar e ampliar o atendimento das denúncias feitas pelotelefone 180.Apesquisa ressalta que países como a Colômbia (65,7%) e o Peru (68,2%) superam o índice de 60% de violência psicológica contramulheres. A Bolívia (39,7%) e o México (37,7%) também apresentam altas taxas, próximas a 40%. Esse tipo de agressão serefere a maus-tratos por meio de insultos,desqualificações e humilhações, alémde mecanismos utilizados pelo agressor como controle do tempo, daliberdade e dos contatos sociais da mulher.Orelatório afirma ainda que a violência econômica –que ocorre por meio do controle do uso do dinheiro – pode afetar um terço das mulheres na América Latina.Erradicara violência contra a mulher, segundo a Cepal, deve ser um objetivo central das agendas públicas, uma vez que setrata de um problema de direitos humanos e um obstáculo para odesenvolvimento dos países.Oestudo alerta ainda que, apesar de avanços internacionais e nacionais que protegem os direitos da mulher, há sérias deficiências na aplicaçãodessas normas, na prestação de serviços e noacesso à Justiça pelas vítimas. A Cepal também critica  a falta de recursos destinados àprevenção e à erradicação de todas asformas de violência contra a mulher.