Roberto Maltchik
Enviado Especial da EBC
Tegucigalpa (Honduras) - Os apelos para o fim da violência não foram ouvidos hoje (30)em Honduras. A tropa de choque reprimiu com força o bloqueio montadopor apoiadores do presidente deposto, Manuel Zelaya, na principal saídaao norte da capital Tegucigalpa."Vamos usar esse sangue paramobilizar mais gente. Se eles continuarem com a violência vamos fazeruma revolta popular aqui", gritava um dos manifestantes. Até mesmo fotógrafos estrangeiros foram agredidos pela tropa de choque. As escolas públicas e parte do comércio fecharam.EmManagua, capital nicaraguense, o presidente deposto encontrou-se com oembaixador norte-americano em Tegucigalpa. Após a reunião, oembaixador Hugo Llorens foi claro: os Estados Unidos querem o retornoimediato do presidente deposto. "É um prazer novamente ver o presidenteZelaya. É o governo que os Estados Unidos reconhece", afirmou oembaixador.Já na Costa Rica, o presidente Oscar Arias, quelidera a mediação internacional, fez novas ameaças ao governo golpista.E disse que, depois dos Estados Unidos, a Espanha vai propor à UniãoEuropeia suspender vistos diplomáticos para autoridades hondurenhas."Eu não posso revelar qualquer outra sanção que está em consideraçãopor vários países, mas todo mundo tem em mente que esse golpe precisaser revertido", ressaltou o presidente da Costa Rica.Oporta-voz do governo golpista disse que o presidente Roberto Michelettiquer se encontrar com o presidente da Costa Rica e pediu que umadelegação internacional venha a Honduras para acompanhar asconversações. Apesar da pressão internacional, o Congressode Honduras só vai decidir na semana que vem se concede ou não aanistia para Manuel Zelaya e para os militares que participaram dogolpe de 28 de junho. Até agora, sete entidades da sociedade civil, consultadas pelos congressitas, rejeitaram a proposta. "Nósnão temos como aprovar a anistia enquanto a sociedade de Honduras nãocompreender que a anistia não impede que se julgue os crimes comuns,como de corrupção, contra o senhor Manuel Zelaya", disse à AgênciaBrasil o vice-presidente do Congresso, Ramon Azmmar.