Estabilidade de preços estimula vendas em supermercados e setor revê meta de crescimento

30/07/2009 - 14h58

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O setor de supermercados aposta em crescimento de 4,5% nas vendas em 2009, o que é quase o dobro de suas expectativas no começo do ano: 2,5%. A revisão da meta foi motivada pelo bom desempenho dos supermercados no primeiro semestre, com alta de 5,27% no faturamento sobre o mesmo período do ano passado. Em junho, houve aumento de 4,83% na comparação com junho do ano passado e queda de 5,59% em relação a maio deste ano. Esse recuo, no entanto, não reflete uma tendência ruim, disse o presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Sussumo Honda, e se deve ao fato de junho ter tido menos dias de comercialização.Ontem (29), em entrevista à TV Brasil, Honda afirmou que o impacto da crise financeira internacional não foi tão forte no setor e que o cenário da economia brasileira leva a projetar para os supermercados um bom resultado neste semestre.“No ano passado chegamos a ter picos de alta de preços em razão das pressões sobre as commodities [produtos negociados em bolsas de valores com cotação internacional], mas, neste ano, os preços ficaram estáveis, estamos com o real valorizado, o mercado está reagindo bem e não vemos nada no horizonte que vá mudar esse quadro”, disse o empresário.Ele observou ainda que houve ganho em volume de vendas, permitindo a recuperação das margens de lucro. O Índice Nacional de Volume, encomendado à empresa Nielsen pela Abras, aumentou em 2,1% no primeiro semestre ante um aumento tímido em igual período de 2008 sobre 2007 (0,1%). Entre os 35 produtos mais consumidos que tiveram aumento na procura destacam-se o leite longa vida (12,43%), seguido do queijo muçarela (6,62%); queijo prato (6%). Na lista dos que tiveram queda de preço estão a batata (8,56%); a carne dianteiro (-3,49% e a farinha de trigo (-2,89%).