Assessor da Presidência da República vai a Caracas tratar de parceria entre Petrobras e PDVSA

30/07/2009 - 19h31

Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Embora o governo brasileiro já tenha manifestado disposição de trabalhar pela reconciliação entre Venezuela e Colômbia, esse não é o objetivo da viagem do assessor especial da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, a Caracas. Segundo fontes do Palácio do Planalto, Garcia estará na capital venezuelana amanhã (31) e sábado (1º) para tratar da agenda bilateral. Um dos temas centrais será o acordo entre a Petrobras e a estatal venezuelana PDVSA para construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.De acordo com o Planalto, a visita de Garcia já estava agendada antes mesmo das tensões entre Venezuela e Colômbia e visa a preparar o encontro trimestral entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Hugo Chávez. A próxima reunião deve ocorrer entre final de agosto e começo de setembro.Na última terça-feira (28), a Petrobras informou, durante o encontro de presidentes, que deve ser finalmente firmado o acordo para a sociedade na Refinaria Abreu e Lima. A parceria vem sendo negociada desde 2005. Em setembro do ano passado, Petrobrás e PDVSA chegaram a concluir o acordo de acionistas, mas a assinatura do documento e o fechamento do negócio ficaram na dependência da definição de questões comerciais.O principal impasse referia-se à intenção da PDVSA de comercializar no Brasil sua parte da produção da refinaria, contrariando os interesses da Petrobras. Além de um acordo quanto à distribuição, também faltava definir o contrato de compra do petróleo venezuelano e brasileiro que abastecerá a refinaria.O contrato de associação, que expiraria no dia 26 de março, foi estendido por 60 dias durante visita do ministro venezuelano de Petróleo e presidente da PDVSA, Rafael Ramirez, a Brasília, em março. De acordo com a Petrobras, as negociações foram intensificadas após visita do presidente da empresa, José Sergio Gabrielli, à Venezuela, atendendo convite de Chávez no último encontro dos presidentes dos dois países, em maio passado.A refinaria terá capacidade para processar 230 mil barris de petróleo pesado por dia, dos quais 50% serão de origem brasileira e 50% venezuelanos. As obras estão em fase inicial, com cerca de 15% dos trabalhos concluídos, mas a construção vem sendo bancada inteiramente pela Petrobras. O início de operação está estimado para 2011.