Manifestantes protestam contra mortes de inocentes e inauguram placar da violência no Rio

26/07/2009 - 21h47

Flávia Villela
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Vestidosde preto, com máscaras no rosto e cruzes nas mãos, cerca de 150manifestantes ocuparam parte da areia de Copacabana, zona sul dacidade, para protestar mais uma vez contra as mortes violentas no Rio.Ao lado do placar com os números de apoio à Cidade para sediar asOlimpíadas de 2016, outro cartaz foi exposto: com os números dasvítimas da violência no Estado do Rio, baseados em dados do Institutode Segurança Pública (ISP).Desde Janeiro de2007, mais de 17 mil pessoas morreram por atos violentos, 14.087 porhomicídio doloso, 72 policiais mortos em combate e 2.814 pessoas mortasem confronto com a polícia. O diretor executivo do Rio de Paz,Antônio Carlos Costa, afirmou que o placar será apresentado mensalmentenaquele ponto da Praia para informar a população e encorajar maiorparticipação social na luta contra a violência.“Hoje, este lugar tornou-se nossa Praça de Maio.Para cá chamamos a sociedade civil para protestar, pressionar nossasautoridades a darem respostas às nossas perguntas com relação àsegurança pública, que deve acima de tudo garantir o direito à vida”. Familiarese amigos do advogado Bolívar Souza da Silva, de 45 anos, e do meninoWilliam Moreira da Silva, de 11 anos, mortos por arma de fogo no últimofinal de semana no Rio, participaram da manifestação.O presidente daAssociação dos Moradores de Parque São José, em Barros Filho, FranciscoCosta, queixou-se da "truculência" da polícia em sua comunidade, ondeWilliam foi morto por bala perdida enquanto soltava pipa.“Exigimosrespeito das autoridades. Quando a polícia sobe na comunidade, trataseus moradores como bandidos, chegam atirando e pondo em risco vidas depessoas inocentes. O que aconteceu com nosso menino William é umexemplo disso”.Antônio Carlos elogiou o fato de o governo doestado haver determinado uma meta de redução de 11% no índice dehomicídios dolosos até dezembro,porém criticou a falta de uma política de segurança pública eficaz.“Ainda não foi apresentada à população a estratégia que será utilizada:quanto haverá de investimento, quando, quais serão estes investimentos,como o governo pretende aumentar controle sobre a ação policial, porexemplo”.