Fiscalização de casos de gripe suína na fronteira com a Argentina só acontece em dias úteis

26/07/2009 - 17h02

Paula Laboissière
Enviada especial
São Borja (Rio Grande do Sul) - Afiscalização sanitária no posto de fronteira dacidade de São Borja (RS) com a Argentina acontece apenas emdias úteis. Mesmo diante dos casos de influenza A (H1N1) –gripe suína, fiscais da Agência Nacional de VigilânciaSanitária (Anvisa) inspecionam somente veículos detransporte coletivo como ônibus e vans.

O trabalhoconsiste apenas em receber um documento preenchido pelos própriospassageiros, a maioria argentinos, que trata da situaçãode saúde de cada um. Antes de entrar no Brasil, eles nãosão sequer atendidos individualmente – o motorista doveículo é quem entrega os documentos ao fiscal daAnvisa.

Antonela Rodriguez, estudante de 16 anos, entrou no paísacompanhada de parentes de Santo Tomé, cidade argentinapróxima ao município brasileiro de São Borja.Apesar de já ter visitado o Brasil diversas vezes, esta éa primeira vez que a família cruza a fronteira após oinício da pandemia de gripe suína. Ela diz que esperavaencontrar algum tipo de fiscalização sanitária,mas que isso não aconteceu.

“Afiscalização é muito importante simplesmenteporque nossa vida está em risco. Na Argentina, tambémnão há controle [para a entrada de estrangeiros nafronteira]. O único controle que há é o queas famílias fazem em suas casas. Nas ruas, não há.O risco de trazer a doença para cá existe”, disse.

RiveroValtez mora na mesma cidade de Antonela e cruzou a fronteira para ira uma festa em São Borja. Ele afirmou estar surpreso pelafalta de fiscais dando orientação em relaçãoà doença. “Esperava encontrar algo”, disse. “Nãonos deram nem álcool em gel”.

Eleclassificou o cenário de gripe suína em seu paíscomo “severo”, mas admitiu que, com a ausência de controlesanitário brasileiro, tem medo contrair o vírus durantea estadia por aqui.