Sindicato e centrais protocolam ação no TRT de Campinas contra demissões na Embraer

26/02/2009 - 20h23

Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Os sindicatos dos Metalúrgicos de São José dos Campos e de Botucatu e as centrais sindicais Conlutas e Força Sindical protocolaram na tarde de hoje (26), no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de Campinas (SP) um pedido para a reintegração dos 4.270 funcionários demitidos pela Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer) na semana passada. Segundo nota do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, trata-se de uma ação de dissídio coletivo, protocolada com um pedido de liminar.Em nota, o sindicato informou que o desembargador federal do trabalho Luis Carlos Cândido Martins Sotero da Silva se comprometeu a dar uma decisão sobre o pedido de liminar em dois dias e também agendou uma audiência de conciliação entre a Embraer e as entidades sindicais para a próxima quinta-feira (5), às 10h.De acordo com o advogado do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Aristeu Pinto Neto, o pedido protocolado hoje pede a nulidade das demissões, alegando primeiramente a falta de negociação da Embraer com o sindicato, antes da oficialização das dispensas.O advogado disse também que outra alegação é que a empresa não precisaria demitir, porque não estaria enfrentando uma crise de produção. “Ela aumentou a produção em 20% de 2008 para 2009”, afirmou. “Não há sentido nenhum em se cortar o contingente de funcionários”, disse o advogado, por telefone, à Agência Brasil.O Ministério Público do Trabalho, segundo nota do sindicato, também agendou uma audiência de conciliação para a próxima segunda-feira (2), às 10h. Procurada pela Agência Brasil, a assessoria de imprensa da Embraer informou que não vai se pronunciar sobre o pedido feito pelos sindicatos e que a posição da empresa está determinada em comunicado distribuído à imprensa na semana passada. Na manhã desta sexta-feira (27), o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos vai se reunir com as centrais sindicais para definir um conjunto de medidas contra as demissões. Já às 15h de amanhã, as centrais e o sindicato farão uma manifestação na porta da empresa.