Para empresários, momento é bom para aprofundar relações com Estados Unidos

20/01/2009 - 15h02

Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Emborao Brasil não esteja na lista de prioridades da primeira fasedo governo Barack Obama, o empresariado brasileiro considera omomento oportuno para aprofundar as relaçõeseconômico-comerciais entre os dois países. A avaliaçãoé do CEO (diretor-geral) da Câmara Americana de Comércio(Amcham), Gabriel Rico.

“Nosso grande desafio étransformar a situação atual, em que o Brasil éconsiderado, de alguma forma, importante para os Estados Unidos, emum estágio em que o Brasil seja considerado estratégico.Esse salto é importante e, com a mudança de governo,temos uma oportunidade de caminhar nessa direção.”OsEstados Unidos são o principal parceiro comercial do Brasil.No entanto, embora figure entre as dez maiores economiasdo mundo, o Brasil ocupa o apenas o 16º lugar no rankingde parceiros americanos. “As relações sãoboas, mas podem ser aprofundadas”, acredita Rico. “A interaçãocom os Estados Unidos significa também oportunidade demodernização do parque produtivo do país, queestá exportando para um mercado sofisticado”,afirma.Gabriel Rico aposta na ampliação deoportunidades na área de energias renováveis. Ootimismo se baseia na escolha do Prêmio Nobel de Física,Steven Chu como secretário de Energia – Chu éespecialista em mudanças climáticas e defende maioresinvestimentos em pesquisas sobre energias alternativas. “Ele admirao modelo adotado no Brasil, conhece bastante o programa do etanol eos programas relacionados à biomassa. Nesse segmento vamos terum aprofundamento da interação e de muitasoportunidades.”No entanto, Rico é realista e diz queparece distante a possibilidade de abertura do mercado americano aoetanol brasileiro. As perspectivas são de parceria. “Agrande oportunidade entre Brasil e Estados Unidos é tornar oetanol uma commodity [produtoprimário com cotação em mercados internacionais]importante internacionalmente para que o Brasil possa venderetanol para o mundo todo. Vender etanol no mercado americano, agora,é um pouco difícil“, admite.A pauta deexportações brasileiras para os Estados Unidos, frisaRico, já é bastante diversificada. Ele aposta emmaiores oportunidades em segmentos como calçados ecommodities, mastambém se mostra otimista quanto a acordos para eliminartarifas e encargos nos dois países, de forma a estimular ocomércio e os investimentos recíprocos. “Hámuitas coisas que podem ser feitas. Essas barreiras sendominimizadas, o comércio bilateral vai crescer muito.” Emmaio, já está agendada visita ao Brasil do presidenteda US Chamber (Câmara Americana de Comércio), TomDonohue, para avaliar os 100 primeiro dias de governo Obama para omundo dos negócios.