Medidas para habitação saem até o carnaval, diz secretário da Fazenda

15/01/2009 - 22h56

Vinicius Konchinski
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda,Nelson Barbosa, disse hoje (15) que o governo federal deve anunciar e divulgar,até o carnaval, uma série de balanços e medidas que darão novo fôlego àeconomia nacional para atravessar o momento de crise. Dentre as principais ações programadas, está o anúncio de umnovo pacote de estímulo para o setor de habitação.“Até o carnaval, o governo vai apresentar sua programação orçamentária,que mostrará metas de receitas e gastos; vamos apresentar o balanço anual doPAC [Programa de Aceleração do Crescimento], com projeção dosinvestimentos; temos a anúncio das projeções de investimento da Petrobras; e oanúncio das medidas para a habitação”, enumerou, em entrevista concedida àAgência Brasil, em São Paulo.Segundo Barbosa, o foco do pacote para a habitação que está sendo preparadopelo governo será a população de média e baixa renda. “Serão várias medidas para estimular aconstrução residencial, principalmente de classe média e baixa da população.”Quanto às possíveis medidas de combate ao desemprego,Barbosa disse que o Ministério da Fazenda ainda não discute esse assunto. “Vamosesperar o número oficial do emprego de dezembro e aí vamos nos pronunciar”,afirmou.Barbosa disse ainda, durante palestra realizada noPrograma Avançado Latino-Americano para o Repensamento do Macro-desenvolvimentoEconômico (Laporde, na sigla em inglês), que a próxima reunião do Comitêde Política Monetária (Copom) pode definir um corte da taxa básica de juros - oque também seria benéfico para economia.“Teremos um corte da Selic ao longo de 2009. O tempo corretopara isso vai depender do Banco Central”, afirmou ele. “Devemos ter uma Selicde um dígito no final deste ano ou mais tardar no começo do ano que vem.”De acordo com o secretário, a inflação cedeu nos últimosmeses e já não há motivos para que a Selic permaneça em 13,75% ao ano. Eleafirmou que o governo continua preocupado com uma possível alta de preços,porém já existem previsões de que o índice de inflação feche o ano de 2009abaixo do centro da meta do governo, que é de 4,5% ao ano.Barbosa explicou que o “choque inflacionário” pelo qual opaís passou em 2008 foi causado pela alta de preços das commodities, comopetróleo, minérios, soja, etc. Os preços desses produtos, entretanto, já cairão,e isso deve ter reflexos na inflação deste ano.“Se o preço do petróleo se manter ao nível atual,podemos ter uma redução no preço da gasolina ainda em 2009”, disse ele, apontandoum dos produtos que têm seu preço diretamente influenciado pelo mercado mundialde commodities.