Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Opresidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje (15) que acrise financeira mundial não deve ser motivo para osempresários tomarem medidas precitadas. “Acrise é motivo de preocupação, mas nãopode ser motivo de nenhuma precipitação nem do governoe muito menos dos empresários”, disse Lula, em Ladário(MS), ao ser questionado sobre decisão das centrais sindicaisde paralisar as negociações com os empresáriospara evitar demissões devido à crise. Apesarde declarar ser comum o aumento de demissões no final do ano,Lula admitiu que levantamento oficial deve constatar uma médiaacima do comum de cerca de 600 mil dispensas em dezembro. O númeroultrapassa a média de 300 mil a 400 mil na sériehistórica do mês.Osnúmeros oficiais referentes ao último mês do ano,reunidos pelo Ministério do Trabalho no Cadastro Geral deEmpregados e Desempregados (Caged), deverá ser divulgado aindaeste mês.Eleponderou que a geração de empregos em 2008 ficou bemacima do que é normalmente registrado, citando que em outubroforam gerados 2,1 milhões postos de trabalho. Opresidente disse que pediu ao ministro da Fazenda, Guido Mantega,para solicitar à montadora de veículos GM que pague ossalários respectivos a março aos funcionáriosdispensados. Segundo Lula, ele foi informado que os empregadosdemitidos teriam contratos vencendo em março.Eledeterminou ainda que os ministros do Trabalho, Carlos Lupi, e doDesenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, MiguelJorge, elaborem relatório sobre quais setores estãodemitindo mais no país e os motivos. Lulacitou, entre as medidas medidas tomadas pelo governo para minimizar osimpactos da crise, a redução do Imposto sobreProdutos Industrializados (IPI) para estimular a venda de carros e acompra de parte do Banco Votorantim, detentor da maior carteira decarros usados do país, pelo Banco do Brasil. Opresidente reforçou que anunciará outras medidas, aindaneste mês, para estimular o consumo e o crescimento daeconomia, e reiterou que o Brasil é o paísmais preparado para enfrentar a crise.