Industriais do Rio de Janeiro defendem reformas estruturais

15/01/2009 - 17h06

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O empresariado industrial fluminense  mantém otimismo moderado em relação a 2009 e prevê uma reversão do ciclo de crescimento, provocada pela crise internacional. “Diria que é  um realismo esperançoso”,  definiu hoje (15), em entrevista à Agência Brasil, o chefe da Divisão de Estudos Econômicos da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), Patrick Carvalho.

A avaliação  se baseia em pesquisa realizada pela entidade com 23 indústrias de grande porte do estado, que integram o ranking das 200 maiores empresas elaborado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), cujos ativos totais somaram cerca de R$ 480 bilhões em 2007.

 O resultado  da pesquisa foi divulgado hoje (15) pela Firjan  e aponta para um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) - soma das riquezas produzidas no país - entre um mínimo de 2,20% até o máximo de 3,50% este ano, em decorrência da crise mundial.

A contração do crédito teve como conseqüência a diminuição da demanda interna e desestimulou o investimento e o consumo, aponta a nota técnica da Firjan. A expansão prevista do PIB ficará bem abaixo da pesquisa anterior, que projetava para 2008 um crescimento da economia entre 4,10% e 5%.

A pesquisa revela que a principal reivindicação dos empresários é a realização das reformas estruturais. “Somente por meio das reformas estruturais é que o ambiente de negócios vai melhorar de fato a médio e longo prazos."

As reformas mais importantes seriam a tributária e a trabalhista. O economista da Firjan defendeu a reforma trabalhista para acabar com o “engessamento” dos  contratos de trabalho atualmente em vigor. Ele afirmou que não se trata de acabar com os direitos dos trabalhadores, mas “que o governo abra mão dos encargos que incidem sobre a folha de trabalho”. Outras reformas necessárias são as da  previdência, política e fiscal, além dos marcos regulatórios.

 Embora garantam que os fundamentos da economia serão mantidos, os industriais fluminenses apostam que haverá deterioração da balança comercial este ano. A expectativa é que as exportações variem entre US$ 170 bilhões a US$ 200 bilhões, gerando um saldo  comercial positivo de até US$ 17,75 bilhões, porém inferior  aos US$ 26,48 bilhões observados  nos 12 meses acumulados até novembro de 2008.

 Em relação aos juros, Patrick Carvalho informou que a perspectiva é que  a taxa anual fique entre 12,75% , portanto um ponto percentual abaixo da taxa atual (13,75%/ano), até 14%/ano. Em relação ao investimento estrangeiro direto (IED), as previsões são de que o fluxo   irá oscilar na faixa entre US$ 20  bilhões a US$ 30 bilhões em 2009, em razão do cenário global desfavorável. Em 2008, o IED totalizou US$ 37,91 bilhões.