Deflação de preços aumenta confiança em redução da taxa Selic

15/01/2009 - 18h42

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A inflação negativa de 0,85%, medida pelo Índice Geral de Preços (IGP-10) relativo aos dez primeiros dias de janeiro,veio bem abaixo da mediana estimada pelos analistas de mercado, queesperavam deflação de preços em torno de 0,34%, no primeiro decêniodo mês.A Fundação Getulio Vargas (FGV) constatou, porém, que aredução foi mais que o dobro das expectativas. De acordo  com o coordenador de Análises Econômicas da FGV, Salomão Quadros, isso é resultado da queda de exportações de produtos brasileiros e,conseqüentemente, do aumento da oferta no mercado doméstico.Émais um dos efeitos da crise financeira internacional, que provocou orecuo de preços das commodities (produtos básicos e minérios que têmpor parâmetros os preços da Bolsa de Chicago, nos Estados Unidos).“Menores vendas lá fora, maior oferta no mercado interno, com os preçosdespencando”, afirmou o economista Fábio Romão, da ConsultoriaLCA.Segundo ele, a “forte descompressão dos preços”, associada à “evidente piora do mercado de trabalho”, amplia as chancesde o Comitê de Política Monetária (Copom) promover um corte mais robustona taxa básica de juros (Selic), no próximo dia 21; além, daredução de 0,50 ponto percentual estimada no boletim Focus da última segunda-feira (12).Romão disse que a redução dos preços agícolas e industriais, principalmente,reforça a avaliação da LCA de que a evolução “mais modesta” daatividade econômica, aqui e lá fora, associada à descompressão dospreços de boa parte das commodities, poderá provocar novas revisões(para baixo) nas projeções de evolução da inflação em 2009; sobretudono primeiro trimestre.