Diplomata brasileira na ONU condena os ataques do Hamas e a“resposta desproporcional” de Israel

08/01/2009 - 20h13

Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A representantebrasileira no Conselho de Segurança das NaçõesUnidas (ONU), embaixadora Maria Luiza Ribeiro Viotti, em discursohoje (8), na ONU, condenou o uso da força por parte do grupo Hamascontra Israel e a “resposta militar desproporcional de Israel”.Ela apelou para o cesar-fogo imediato e disse que oBrasil está disposto a colaborar pela paz na região. “Condenamos o recursoà violência pelas partes e deploramos a resposta militardesproporcional de Israel aos ataques ilegais por foguetes contra seuterritório, que devem igualmente cessar. O novo ciclo deviolência inflige grande sofrimento e angústia àpopulação civil. Instamos a um imediato cessar-fogo e àabertura dos postos de fronteira em Gaza, de maneira a permitir oacesso à ajuda humanitária e a aliviar a insustentávelsituação humanitária na região”, disse.A embaixadora defendeua criação de um Estado Palestino independente comoúnica forma de promover a paz. “A pazduradoura só pode ser alcançada com a criaçãode um Estado Palestino independente, vivendo pacificamente lado alado com Israel, dentro de fronteiras internacionalmente reconhecidase em pleno respeito às resoluções do Conselho deSegurança [da ONU]”, afirmou.Maria Luiza Viottidisse que o presidente Luiz Inácio Lula da Siva está disposto a cooperar mais intensamente com acomunidade internacional na busca de uma solução, e queé objetivo do Brasil realizar uma reunião ampliada paradiscutir propostas de paz. “Tal iniciativa poderia facilitar otrabalho do Conselho. O Ministro das RelaçõesExteriores, Celso Amorim, visitará em breve a região,quando discutirá formas eficazes de encaminhar soluçõespara a crise atual e ajudar israelenses e palestinos a alcançara paz”, disse. Segundo a diplomata, ações militares como a empreendida por Israel nãotem eficácia para a solução do conflito que jádura mais de seis décadas. “Depois de tantas décadas,ninguém pode alimentar ilusões sobre uma soluçãomilitar para o conflito ou sobre a possibilidade de obter ganhospolíticos duradouros com o uso da força. Tampouco sepode consentir no emprego da força como ferramenta política.Um mecanismo internacional para monitorar a cessaçãosustentada das hostilidades poderia ser estabelecido, para o qual oBrasil estaria disposto a contribuir, se as partes o consideraremútil”, afirmou.