Candidato do PSDB à Presidência precisa estar em sintonia com o Brasil, diz FHC

21/11/2008 - 20h11

Ivy Farias
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O candidato do PSDB à Presidência da República nas eleições de 2010 será escolhido de acordo com o momento e com as necessidades do país, afirmou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, ao conceder hoje (21) entrevista ao programa 3 a 1, da TV Brasil, nos novos estúdios da emissora, em São Paulo. "A eleição dependerá de quem estará sintonizado com o que o Brasil precisa", disse FHC aos jornalistas Luiz Carlos Azedo, Mônica Bergamo, colunista do jornal Folha de S.Paulo, e Tereza Cruvinel, presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Segundo o ex-presidente, os prováveis presidenciáveis Aécio Neves e José Serra, governadores, respectivamente, de Minas Gerais e de São Paulo, têm qualidades para ocupar o cargo em 2011. "O presidente que o Brasil precisa tem que ser firme e com capacidade de reorganizar muitas coisas neste país", afirmou.Ele disse que já cogitou o nome de Serra para Presidência, mas seu voto dependerá de outras circunstâncias. "Já afirmei que ele era o mais bem preparado para governar o Brasil. Hoje penso: mas o Aécio não fez isso em Minas?" Ele encontro marcado com o governador de Minas no dia 2 de dezembro. Para FHC, os nomes de Aécio e Serra colocam o PSDB em posição privilegiada. "O que mais um partido pode querer com dois governadores de estados como São Paulo e Minas Gerais?" Ao ser questionado sobre qual dos dois apoiaria, o ex-presidente afirmou apenas que sua força política não era tão decisiva para o cenário político do partido. "Mas vou apoiar as junções dessas forças", completou. A crise financeira internacional também será um componente para a escolha do candidato, na opinião de FHC. "A crise não é um trunfo, apenas cria uma situação nova e a definição do candidato dependerá de como ela será conduzida." De acordo com ele, outro fator importante será o desempenho de cada candidato: "Hoje, com toda esta tecnologia, a eleição é uma conversa entre candidato e eleitores e o desempenho de cada um tem que ser levado em conta". Sobre o posicionamento do PT nas eleições presidenciais, FHC opinou que o partido não tem um candidato à altura dos do PSDB. "Em termos de consistência política, o PT não tem ninguém com nomes como o PSDB", disse. O ex-presidente disse que "ainda é cedo" para definir os nomes da disputa de 2010. "Será que é a Dilma [Rousseff, ministra-chefe da Casa Civil]?", perguntou. Questionado sobre um terceiro nome para a próxima eleição presidencial, FHC afirmou que considera isso uma possibilidade remota. "A probalidade de aparecer alguém me parece pequena. Essas eleições pedem candidatos com raízes. Mas nunca se sabe, o Collor [senador Fernando Collor, ex-presidente da República, eleito em 1989] veio por fora e ganhou", ressaltou. O ex-presidente falou ainda sobre política externa, grampos telefônicos, desdobramentos da crise financeira, monopólio das TVs brasileiras, privatizações e segurança, entre outros temas. A entrevista será transmitida na próxima quarta-feira (26), às 22h, pela TV Brasil.