Lula convida presidente do Irã para visitar o Brasil

01/11/2008 - 14h57

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, foi recebido em audiência hoje (1º) pelo presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, a quem entregou carta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com proposta de visitas de alto nível entre os dois governos.A informação foi transmitida pela assessoria de imprensa do Itamaraty. Segundo o Ministério das Relações Exteriores, o chanceler brasileiro externou ao presidente iraniano os objetivos do governo brasileiro no sentido de estreitar os laços comerciais bilaterais, atualmente com superávit (saldo positivo) para o Brasil.Celso Amorim se fez acompanhar pelo ministro dos Negócios Estrangeiros daquele país, Manouchehr Mottaki, e à saída do palácio presidencial deu entrevista à imprensa. Na conversa com os jornalistas, ele ressaltou que Brasil e Irã são grandes países do mundo em desenvolvimento, que “compartilham algumas visões sobre temas centrais da agenda internacional”.Amorim disse que conversou com o presidente Ahmadinejad sobre a crise financeira que aflige o mundo, e ambos entenderam que também existe crise de governança. Nesse sentido, o chanceler brasileiro destacou a importância dos países se entenderem e “procurarem influenciar o redesenho da ordem internacional”.Em sua visita a Teerã, acompanhado por pesos-pesados da indústria nacional – notadamente dos setores de automóveis, petróleo e alimentos – o chanceler Amorim participará amanhã (2) de encontro comercial Brasil-Irã. O objetivo, acrescentou, é ampliar o comércio com o Irã, maior mercado brasileiro no Oriente Médio, que absorveu 28,7% de nossas exportações para a região, no ano passado.A visita do ministro se reveste de importância ainda maior por se tratar de uma reaproximação entre os dois países. De acordo com o Itamaraty, a última visita de um chanceler brasileiro a Teerã foi há 17 anos. O encontro atual se insere na estratégia brasileira de reforçar contatos e estimular a diversificação dos laços comerciais, bem como na manutenção do diálogo constante entre os países em desenvolvimento.