Presidente do Ipea acredita que PIB crescerá entre 2,8% e 3% em 2009

30/10/2008 - 16h47

Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O presidente do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), Marcio Pochmann, avaliou hoje (30) que, embora a crise financeira internacional seja de longa duração, o crescimento do Produto Interno Bruto do Brasil (PIB) poderá chegar a 4% em 2009, caso  não ocorra uma recessão.“Do ponto de vista estatístico, o PIB crescerá entre 2,8% e 3% no ano que vem”, avaliou o presidente do Ipea, órgão da Secretaria de Assuntos Estratégicos. “Se não tivermos estagnação ou recessão, um crescimento maior é provável. Não é irreal imaginar uma expansão em torno de 4%”.De acordo com Pochmann, apesar da crise, que interfere na atividade econômica, uma parcela do crescimento para o próximo ano está garantida. “Parte importante do crescimento já foi contratado pelas decisões de investimento e produção do final de 2007, início de 2008. É muito difícil haver uma alteração”.O presidente do Ipea disse também que, diante de uma tendência de queda dos indicadores da inflação, seria interessante uma redução ou uma parada com viés de baixa da taxa básica de juros (Selic). Ontem (29), a taxa foi mantida em 13,75%, sem viés pelo Comitê de Política Monetária (Copom).“No nosso modo de ver, as razões de pressão inflacionárias anteriores não estão mais ativas. Pelo contrário, estamos vendo uma situação em termos de commodities internacionais de deflação, de queda de preço muito rápida”, afirmou.Ainda segundo Pochmann, a decisão do Copom de manter a taxa Selic estável, embora outros países tenham reduzido as taxas básicas, dá mais prazo para as instituições avaliarem os impactos dos juros sobre a economia brasileira, em tempos de turbulência internacional.“Certamente aquelas razões que levaram o Banco Central a subir a taxa de juros no período anterior, que era a elevação do preço dos alimentos, sobretudo, não existem mais”, garantiu. O Copom voltará a se reunir para definir a taxa básica de juros em dezembro.