Brasil e Estados Unidos estudam parceria comercial no Haiti

30/10/2008 - 20h42

Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os Estados Unidos poderão vir a importar produtos têxteis fabricados no Haiti com matéria-prima brasileira. O tema, tratado hoje (30) na terceira reunião do Diálogo de Parceria Econômica Ministério das Relações Exteriores – Departamento de Estado norte-americano, será aprofundado em dezembro, em Washington, por representantes de governo e empresários do setor têxtil de ambos os países.A cooperação em terceiros países foi um dos temas centrais da reunião de hoje. Nesse contexto, foi tratada a parceria pelo desenvolvimento do Haiti e a perspectiva de investimentos brasileiros e americanos no país mais pobre das américas. A idéia é que o Brasil ofereça preferências comerciais ao Haiti nos moldes daquelas já oferecidas pelo governo norte-americano pela chamada Lei Hope (Haitian Hemispheric Opportunity through Partnership Encouragement pela sigla inglês, ou Oportunidade Hemisférica Haitiana através do Incentivo à Parceria). Os Estados Unidos, por sua vez, aceitariam comprar produtos haitianos feitos com matéria-prima brasileira.“Empresas brasileiras poderiam investir no Haiti com o objetivo de exportar aos Estados Unidos e também ao Brasil e vice-versa, empresas americanas investindo no Haiti para exportar aos Estados Unidos e também ao Brasil”, explicou o ministro Carlos Márcio Cozendey, diretor do Departamento Econômico do Itamaraty. “Estamos explorando do ponto de vista legal e estamos aguardando a evolução das conversas com o lado americano”, relatou.A iniciativa dependeria, pelo lado brasileiro, de negociações com o Mercosul. Os Estados Unidos, por sua vez, teriam que submeter o assunto ao Congresso ou estabelecer as novas regras por meio de decreto presidencial. “Pensamos que é uma idéia extremamente criativa, estamos muito animados”, disse o secretário adjunto para Assuntos Econômicos, de Energia e Empresariais do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Daniel S. Sullivan. “Podemos trabalhar juntos para criar oportunidades econômicas no Haiti”, completou.Questionado se o projeto teria continuidade após as eleições presidenciais norte-americanas, marcadas para o próximo dia 4, Sullivan assegurou: “seja qual for o próximo governo americano, vai continuar focando o desenvolvimento econômico do Haiti”.