Crise financeira não pode prejudicar ações de preservação ambiental, diz pesquisador

28/10/2008 - 19h46

Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Além dosgovernantes, os efeitos da crise financeira mundial preocupam tambémos especialistas em mudanças climáticas. De passagempelo Brasil, o pesquisador Martin Parry, um dos coordenadores do 4ºRelatório do Painel Intergovernamental de MudançasClimáticas (IPCC), alertou que os paísesnão podem interromper as ações para reduzir o impacto dasmudanças climáticas para pensas apenas em resolver a crise financeira .“Não temosoportunidade de resolver, primeiro, a crise e depois voltar a pensarsobre o meio ambiente. Não temos tempo. Temos que fazer osdois juntos. Isso é inconveniente”, disse Parry, apósapresentar dados do quarto relatório do IPCC, das NaçõesUnidas, a um grupo integrante do Conselho de DesenvolvimentoEconômico e Social (CDES), no Palácio do Planalto. Orelatório foi lançado no início do ano passado.Parry criticou osgovernantes mundiais por ainda não terem adotado medidasseveras para reduzir as emissões dos gases do efeito estufa –como o gás carbônico -, principais causadores doaquecimento global. Segundo o pesquisador, os líderes aindanão se deram conta da gravidade dos impactos das mudançasclimáticas. Ele defende que 2015 é o prazo máximopara as reduções de gás carbônicocomeçarem a cair.O pesquisador CarlosNobre, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), tambémteme que os governos deixem de lado o combate ao aquecimento doplaneta para cuidar da crise econômica.“Se houver umarecessão e o consumo de petróleo, energia elétrica,carvão diminuir, a taxa de crescimento diminuir, isso pode daruma falsa sensação de que é possívelpostergar essas medidas mais drásticas”, afirmou.