É preciso engajamento social para alcançar sustentabilidade, defende Zilda Arns

28/10/2008 - 23h23

Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Aoparticipar da Conferência Mundial ECO 2008, em Brasília,a fundadora da Pastoral Internacional da Criança e do Idoso,Zilda Arns, avaliou hoje (29) que é preciso engajamento de todos os setores sociais para promover a sustentabilidade.Antes de começar a explicação do painel Paz e Sustentabilidade, a médicae sanitarista lembrou que, para que haja paz, é preciso que as pessoas atuem de forma positiva dentro do contexto da famíliae da comunidade.

“Muitascoisas simples podem ser feitas com pouco dinheiro e com aparticipação comunitária. Se vem um programa sódo governo para baixo, é muito difícil fazer atransformação social de cada ser humano. Mas, seaproveitarem todas as forças atuantes na comunidade, existe o quese chama de solidariedade.”

Arnsdestacou que, para o mundo alcançar a sustentabilidade, ocontraste entre países ricos e paupérrimosprecisa deixar de existir, assim como “toda essa intrigainternacional” que, segundo ela, não leva à paz.“Precisamos respeitar as diferenças. O mundo não sesustenta sozinho, depende do resto”, avaliou.

De acordo com o secretário de Desenvolvimento Urbano e MeioAmbiente do Distrito Federal, Cassio Taniguchi, o caminho para asustentabilidade pressupõe um equilíbrio entre asdimensões social, econômica e ambiental.

“Semdúvida, hoje em dia, o que acontece em relaçãoà crise econômica é que, de repente, semobiliza bilhões e trilhões. Por que não usamuma parte desse dinheiro para reduzir a fome, a pobreza? Afinal decontas, temos mais de 6 bilhões de pessoas no mundo e mais de3 bilhões nas cidades. E é nas cidades que acontecemtanto os maiores problemas ambientais quanto de consumo de energia ede matéria-prima.”

Taniguchidefendeu que a necessidade de uma mobilização mundialvoltada a discutir medidas que levem à sustentabilidade.“Como a [mobilização] que está acontecendo com essa crise econômica”,lembrou. Ele questionou ainda por que beneficiar banqueiros eespeculadores quando os países desenvolvidos deveriamtrabalhar em cima das pessoas que mais precisam.