Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A crise financeira quesacode grandes economias como Estados Unidos e Europa “nãovai afetar nossa política de investimentos produtivos”,afirmou hoje (18) Guilherme Lacerda, presidente da Fundaçãodos Economiários Federais (Funcef), que atende os servidoresda Caixa Econômica Federal. Ele adiantou que o fundo dispõede R$ 2,6 bilhões para investir.Lacerda disse que “acrise traz incômodos, mas também abre portas paraoportunidades”, uma vez que a redução da liquidezinternacional pode beneficiar os 376 fundos de pensão do país,públicos e privados, que estão hoje “em uma situaçãomais confortável” por causa dos resultados favoráveisdos últimos cinco anos.Período em queos fundos tiveram expansão média de 180%, e a Funcefteve rentabilidade de 193%, contra os 92% da meta atuarial. Opresidente da Funcef acrescentou que “todos os cuidados foramtomados antes da instabilidade econômica”, com correçõesna tábua de mortalidade e criação de fundos paraprevenção de possíveis crises. Razãoporque, no seu entender, “a Funcef possui liquidez suficiente parahonrar o pagamento dos benefícios”.Lacerda disse que aFuncef tem, hoje, patrimônio de R$ 32,6 bilhões e umacarteira de investimentos bem diversificada, e “isso diminui osimpactos da queda da bolsa de valores”. Ele até admite a existênciade “perdas presumíveis” dos fundos de pensão com orecrudescimento da crise financeira, de maio para cá.Salienta, contudo, que só se poderá falar em prejuízorealizado quando do balanço, no final do ano.Segundo ele, o Funcefestá em situação relativamente tranqüila emrelação à crise, uma vez que tem apenas 35% deseus ativos em renda variável (participação embolsas e empresas). Metade disso está aplicado em bolsas e orestante em empresas sólidas como Vale do Rio Doce e BrasilTelecom, por meio de fundos de longo prazo e de baixa volatilidade.Além disso, 7% dos ativos estão aplicados na carteirade imóveis da Caixa, com renda de 18% a 20% no ano.Lacerda cita ainda que 98% da renda fixa no Brasil corresponde a títulospúblicos, o que garante a rentabilidade das aplicações.A crise econômica externa, acrescentou, “garante aos fundosde pensão boas oportunidades de investimentos internos e issogarante tranqüilidade para enfrentar a crise financeira”.