Conquista do mercado externo pela Bovespa deve ser gradual, recomenda especialista

21/08/2008 - 18h43

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Antes de pensar em adquirir outras bolsas na América do Sul, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) deve ir  conquistando espaços “degrau por degrau”. A recomendação foi feita hoje (21), em entrevista à Agência Brasil, pelo ex-presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) Roberto Teixeira da Costa.Atual conselheiro do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), Costa participou do 20º Congresso da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec), no Rio de Janeiro.Ele analisou como positivo o caminho da internacionalização que vem sendo buscado pela Bovespa para se expandir.   “Há três anos, ninguém podia imaginar que a gente ia ter a quarta maior bolsa do mundo” , externou.Mas sugeriu, entretanto, que um primeiro passo nesse sentido seria a atração de investidores da região.  “Eu acho que antes de pensar em adquirir  ou se associar às Bolsas da Argentina, Chile ou México, ela deveria começar a incentivar as empresas  importantes desses mercados a virem negociar ações no nosso mercado, por intermédio dos [títulos] BDRs (Brazilian Depository Receipts)”.O economista considera que essa seria uma  etapa importante. Ela, avalia ele,  daria a noção exata se a bolsa brasileira tem condições de dar liquidez aos papéis. “E aí, o próximo passa já seria bem mais fácil”. Hoje, em termos operacionais, a Bovespa representa  80% das bolsas da região sul-americana", revelou Costa.