Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente da Câmara,deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), elogiou a decisão doSupremo Tribunal Federal (STF) de proibir a contrataçãode parentes (nepotismo) nos três poderes. "Do ponto devista do mérito, o Supremo acertou. Acho mais: o Supremorepresentou toda a sociedade neste momento, e a mim também.Acho que nesse caso, se o Congresso não conseguiu votar [aPEC que acaba com o nepotismo] não há o quereclamar", disse.Segundo Chinaglia,faltava a decisão de algum órgão sobre aproibição da contratação de parentes,tomada ontem (20) pelo STF. "Por isso, trabalhei tanto para quea Câmara deliberasse sobre a matéria". Ele informouque já em fevereiro do ano passado, logo depois de ser eleitopresidente da Câmara, assinou resolução de nº01, aprovada pelo Plenário, proibindo a contrataçãode parentes na Casa."Na Câmaranão há nepotismo. Não há hipótesede haver contratação de parentes por CNE (Cargos deNatureza Especial). Além disso, qualquer outra pessoa sópode ser contratada por concurso . Então, eu não tenhoessa preocupação", disse Chinaglia. Ele assinalouque não tem conhecimento se hácontratações de funcionários parentes paraprestarem serviços nos gabinetes dos deputados.Chinaglia disse queencomendou um estudo da assessoria da Casa sobre a decisão doSupremo e se ela vedar a contratação de parentes paraprestação de serviços nos gabinetes dosdeputados, ele vai encaminhar o assunto aos parlamentares para quetomem as providências necessárias. "Se houver essacircunstância e a decisão do Supremo vedar, eu parto dopressuposto que todos os deputados que estiverem nesta situaçãovão demitir imediatamente".Indagado pela imprensasobre possíveis articulações de deputados emrelação à decisão do STF, Chinaglia disseque não aceitará nenhuma manobra nesse sentido e que sealgum parlamentar tentar modificar a decisão, ele nãocolocará a proposta em votação."Temos éque combater e acabar com o nepotismo. Não há espaçopara isso na Câmara. Se alguém propuser e ficar prontopara ir ao Plenário, eu não coloco em votaçãoenquanto eu for presidente da Câmara. Ou seja, nós temosque combater e acabar com o nepotismo. É por isso que eu aplaudo a decisãodo Supremo e lamento que o Congresso não tenha feito antes",disse Chianglia.