Número de acidentes aéreos já é quase igual ao de todo o ano de 2005

31/07/2008 - 19h23

Alex Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
Brasília - De janeiro a julhodeste ano, já foram registrados 56 acidentes envolvendoaeronaves registradas no país. O número é quaseo mesmo do verificado durante todo o ano de 2005, quando aconteceram58 acidentes. E se uma projeção do Centro deInvestigação e Prevenção de AcidentesAeronáuticos (Cenipa) se confirmar, o número deacidentes em 2008 será o maior dos últimos 8 anos. O Cenipa estima que,até dezembro, a quantidade de acidentes chegue a 112. O levantamento, disponível no site da entidade, segue a tendência verificada nos últimosdois anos, período em que o número de acidentescresceu. Em 2005 foramregistradas 58 ocorrências, uma pequena melhora em relaçãoa 2004, quando aconteceram 62 acidentes. A partir daí, noentanto, o número só aumentou. Em 2006, houve 68acidentes. Em 2007, 99. Os acidentes ocorreram tanto em territórionacional, quanto no exterior.Para fins estatísticos,são considerados acidentes aeronáuticos todas asocorrências em que uma pessoa sofre lesão grave ou morreà bordo de um avião ou helicóptero. Tambémsão registrados como acidentes os casos em que uma aeronavedesaparece durante o vôo ou sofre dano ou falha estrutural queafete sua estrutura, o desempenho ou as características devôo. Até hoje (31),46 acidentes envolveram aviões (da aviaçãogeral, de táxi aéreo, da aviação agrícolae da aviação de instrução). Os outros 10aconteceram com helicópteros (cinco somente em SãoPaulo; quatro no Rio de Janeiro e um na Bahia). Houve ainda 15ocorrências fatais, ou seja, em que a vítima morreu até30 dias após o acidente. O maior númerode acidentes, 11, ocorreu no estado de São Paulo, onde seconcentra o maior fluxo de aeronaves. Em seguida ocorreram em MatoGrosso (9), no Rio Grande do Sul (6), em Mato Grosso do Sul e no Riode Janeiro (ambos com 5) e Bahia (4). Somente no mês dejaneiro, aconteceram 13 dos 56 acidentes de todo o ano.Procurada pelareportagem, a assessoria da Agência Nacional de AviaçãoCivil (Anac) não quis comentar a projeção doCenipa, mas alegou que, proporcionalmente ao crescimento da aviaçãocivil, o número de acidentes do primeiro semestre de 2008 caiuem comparação aos do mesmo período de 2007. Segundo a assessoria daagência, enquanto o Cenipa calcula o número absoluto deacidentes, ou seja, o total de ocorrências, a Anac faz umcálculo ponderado, considerando o aumento da quantidade devôos. Pelas contas da agência, a média deacidentes por cada 100 mil metros cúbicos de combustívelutilizado no setor caiu de 2,03 entre janeiro e julho de 2007 para1,80 no mesmo período deste ano. A AgênciaBrasil procurou o Cenipa para saber as razões docrescimento no número de acidentes e o que pode ser feito paraevitar que sua projeção se concretize, mas segundo aassessoria da Aeronáutica, não havia quem pudessecomentar o assunto ainda hoje (31).