Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Nascido no Rio deJaneiro, Athos Bulcão desde cedo se interessou pelas artesprincipalmente por influência das irmãs, que sempre olevavam a óperas, teatros e espetáculos. O artistaplástico, que atuou na construção da novacapital ao lado de Lucio Costa e Oscar Niemeyer, morreu hoje (31) aos90 anos de parada cardíaca no Hospital Sarah, onde estavainternado há dois anos.Mudou-se para Brasíliaem 1958 para participar do mutirão de construçãoda cidade e até hoje tem diversas obras de destaqueespalhadas pela capital. São dele os famosos azulejos da IgrejaNossa Senhora de Fátima, a Igrejinha, que retratam o EspíritoSanto e a estrela, de 1966, e a parede em alto relevo do TeatroNacional de Brasília, de 1967.Foi amigo de artistasimportantes, como os escritores Jorge Amado, Fernando Sabino,Vinícius de Moraes, Paulo Mendes Campos e Manuel Bandeira,além do escultor Alfredo Ceschiatti, do pintor JoséPancetti e do paisagista Burle Marx. Foi amigo e assistente do pintorCândido Portinari, com quem trabalhou no Mural de SãoFrancisco de Assis na Pampulha. O artista nãoacreditava em inspiração, mas sim, em talento e muitotrabalho. Teve como amigo o arquiteto e um dos criadores de Brasília,Oscar Niemeyer, com quem trabalhou em alguns projetos na França,na Itália e na Argélia.Na época daditadura, deu aulas na Universidade de Brasília, àconvite do antropólogo Darcy Ribeiro. Em 1988, foi reintegradoà Universidade por conta da Lei de Anistia, onde ficou atéreceber aposentadoria compulsória em 1990.Recebeu diversasmedalhas e condecorações do governo brasileiro e doDistrito Federal. Ainda não há informaçõessobre o velório e o enterro do artista.