Marco Antônio Soalheiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Nos últimos anos dez anos, tumultos e confrontos entre torcedores de futebolresultaram em 33 mortes no Brasil, 22 delas somente no estado de SãoPaulo. Os números constam de um levantamento produzido pelaprofessora da Universidade de Campinas (Unicamp), Heloísa Baldy,especialista em direito e sociologia do esporte. “A maioria dasmortes foi provocada por armas de fogo em brigas entre torcidas ouentre torcedores e policiais”, destacou Heloísa Baldy àAgência Brasil, após participar hoje (31) de uma audiênciapública no Ministério da Justiça, onde foram discutidas possíveisalterações no Estatuto do Torcedor. A especialistaconsidera fundamental tornar a legislação vigente maisrigorosa para punir os maus torcedores. “O fim da violência depende de uma vigilância maior e do fim da impunidade,alterando o Estatuto do Torcedor, para criminalizar não sóos homicídios no ambiente do esporte, mas também ospequenos delitos. São eles que motivam pessoas, que têm grandeatração pela violência, a se associar aostorcedores para, num ambiente de massa, se tornar anônimo ecometer transgressões que podem se transformar em grandestragédias”, argumentou a professora. Segundo Heloísa Baldy, no Brasil ainda não há dados sobre a relação entre detidos e o respectivo vínculo às torcidasorganizadas. Ela informou que irá se debruçar sobre todos os boletins de ocorrência relacionados a eventosesportivos desde 2005 e prometeu apresentar resultados consolidados emcinco meses.