Alta de juros terá impacto na inflação a partir do fim do ano, avalia Copom

31/07/2008 - 9h33

Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - As decisões depolítica monetária terão impacto concentradosomente no final deste ano e em 2009, na avaliação dosmembros do Comitê de Política Monetária (Copom)."A estratégia adotada pelo Copom visa trazer a inflação de volta à meta central de 4,5%, estabelecida pelo CMN [Conselho Monetário Nacional], tempestivamente, isto é, já em 2009", afirma o colegiado, na ata da reunião divulgada hoje (31) pelo Banco Central.O centro da meta de inflação fixada pelo governopara este ano e o próximo é de 4,5%, com margem de dois pontos pontos percentuaispara mais ou para menos. Em pesquisa divulgada no início da semana pelo BC, analistas de mercado estimam que o Índice de Preços aoConsumidor Amplo - o índice oficial de inflação - feche o ano em 6,58%, projeção acima do limite superior dameta para o ano, de 6,5%. Para 2009, que tem a mesma meta,os analistas mantiveram a expectativa de que a inflação chegue a 5%.Na reunião do Copom realizada na última semana, a taxa básica de juros, a Selic, foi ajustada de 12,25% para 13% ao ano.  Neste ano, a Selic já foi elevada em 1,75 ponto percentual. Para justificar o aumento dos juros básicos, o Copom revela que aumentou a preocupaçãocom o descompasso entre a demanda e a oferta de produtos e serviços. Segundo o documento,isso tem aumentado o risco de inflação e exige umaatuação vigorosa da política monetária.Para o Banco Central,ao longo dos próximos meses o crescimento do crédito,“ainda que com alguma moderação”, e o aumento realdos salários devem continuar impulsionando a atividadeeconômica. Além desses fatores, o documento cita osprogramas de transferência de renda, como o Bolsa Família,que possibilitam o acesso de mais pessoas aos bens e serviçosdo país.O comitê ressalta que, por outro lado, a contribuição dosinvestimentos das empresas para ampliar a capacidade produtiva ajudaa atender a demanda. A ata cita que a possível acomodaçãodo preço das commodities pode contribuir para evitar quepressões inflacionárias se intensifiquem.