Alex Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Sindicato Nacional dosTrabalhadores na Proteção ao Vôo reclama dademora do governo federal em editar a medida provisória (MP)que reajustará os salários de cerca de 380 civis quetrabalham como controladores de vôo, meteorologistas e técnicosde processamento de dados, de defesa aérea, informaçõesaeronáuticas e telecomunicações.
Segundo o presidente da entidade,Jorge Botelho, um termo de acordo foi firmado pelo sindicato e pelosMinistérios do Planejamento e da Defesa no início dejunho deste ano. Além da reestruturação databela salarial, concedendo aumentos que variam conforme o tempo deserviço, a negociação prevê a incorporaçãoda gratificação de desempenho de controle e segurançade tráfego aéreo aos salários.
Botelho diz que o termo de acordoestabelece que os benefícios deveriam ser concedidos nestemês, para que, então, a negociação sobreoutras reivindicações da categoria fosse retomada. “[Oacordo] não era o que queríamos, mas o governo secomprometeu a voltar a negociar e até agora não o fez.A medida provisória seria publicada no máximo até4 de julho e até agora não saiu”.
Para o sindicalista, pior que ademora no aumento salarial - que, reconhece, pode ser pago de formaretroativa – é a impossibilidade de retomada das negociaçõesenquanto a medida provisória não é publicada.“Enquanto a medida não for editada, a Secretaria de RecursosHumanos do Ministério do Planejamento não vai reabriras negociações. E ainda não sentamos paradiscutir formas de resolver as distorções salariais.Hoje, quem começa na carreira recebe R$ 4.210, pouco mais deR$ 500 do que quem já tem 35 anos de serviço, que, deacordo com Botelho, ganha R$ 4.780”.
A assessoria do Ministério doPlanejamento negou a demora na edição da medidaprovisória, alegando que os avanços obtidos pelostrabalhadores serão incluídos na medida que englobaráa negociação com outras categorias e seráenviada ao Congresso Nacional assim que todas as negociaçõestiverem chegado ao fim.
Botelho garantiu que, até omomento, os controladores de vôo e os demais profissionais nãoplanejam fazer greve ou qualquer manifestação, masrevelou que o sindicato tem procurado a ajuda de parlamentares dabase governista.
A assessoria, no entanto, nãoinformou com quantas categorias ainda negocia um acordo e disse quenão há qualquer estimativa de quando mandará amedida provisória para o Congresso, confirmando apenas que ostrabalhadores receberão os valores atrasados quando os acordosprevirem a vigência dos benefícios negociados antes daedição da lei.